sábado, dezembro 29, 2007

caos

Assisto do lado de lá da morte
à emergência do caos, desprendendo-se
de todos os seus sistemas metafísicos.
Vejo as pedras da Terra
transformadas em milénio de destroços.
Condeno o pó que se levanta,
poluindo a vernácula Luz, que brilha ainda
no escuro perpétuo.
E os homens que
caem,
perdidos, sem rosto,
sem nome.

Recordo memórias a preto e branco,
inexactas, imprecisas,
amorfas.
Sem âncora, saltito entre existências
numa espiral químerica,
volúvel.

Sou agora a existência fátua do amanhã.

terça-feira, dezembro 25, 2007

oh oh oh

Feliz Natal!!

sábado, dezembro 15, 2007

celebrando a arquitectura (Óscar Niemeyer)

Não é o angulo reto que me atrai.
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.
A curva que encontro nas montanhas
do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o Universo.
O Universo curvo de Einstein.


"O mundo é difícil. A pobreza existe, o desespero existe. Meus irmãos brasileiros estão lutando pelas estradas, para fazer a reforma agrária. As crianças estão na rua. Isso tudo tem que mudar. Isso tudo é mais importante que a Arquitectura."
Óscar Niemeyer, em reportagem no Jornal da Tarde da RTP de hoje

Julgo que esta frase resume com exactidão o porquê deste post, no dia em que Óscar Niemeyer comemora o seu centésimo aniversário. Detentor de uma obra única, caracterizada pelo traço poético, velocidade das linhas e leveza das formas, Óscar Niemeyer é também um militante de causas humanistas. Um activista social. Parabéns!!


Legenda: Cima - Pormenor do interior da Catedral de Brasília. Meio - Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Baixo - Igreja da Pampuha.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

As saudades que eu tenho deste Herman

O Tal Canal foi recentemente eleito o melhor programa de sempre da televisão portuguesa, numa iniciativa conjunta do DN, PFtv, Time Out e Sapo.
Mais que um mero ranking, pretendeu-se com a eleição dos 50 Melhores Programas de Televisão Portuguesa de Sempre criar "um fórum público onde se pudesse discutir a qualidade da produção televisiva nacional" e "repensar o papel e o lugar da televisão na vida pública portuguesa".
Talvez O Tal Canal não fosse a minha primeira escolha, mas fiquei bastante satisfeito com esta votação, visto que no Top 10 surgem também alguns dos meus programas favoritos. Comparando:
Top 10 da iniciativa:
1- O Tal Canal, 2 - Gato Fedorento, 3 - Herman Enciclopédia, 4 - Rua Sésamo, 5 - Duarte e Companhia, 6 - Contra-Informação, 7 - Noite da Má Língua, 8 - A Liga dos Últimos, 9 - Grande Reportagem, 10 - Portugal, Um Retrato Social.
Os meus 10:
1 - Rua Sésamo, 2 - Herman Enciclopédia, 3 - Hermanias, 4 - Gato Fedorento, Séries Fonseca, Meireles e Lopes da Silva, 5 - Conversas Vadias, de Agostinho da Silva, 6 - O Tal Canal, 7 - Programas do Prof. José Hermano Saraiva, 8 - Palavras Ditas, de Mário Viegas, 9 - Conversa da Treta, 10 - Duarte e Companhia.

Porquê a Rua Sésamo em 1º lugar? Bem, não só porque a Rua Sésamo moldou a minha infância e influenciou aquilo que sou hoje (relembro que já falei da Rua Sésamo aqui), mas também porque a Rua Sésamo foi e é o programa infantil por excelência, didáctico, engraçado e isento de violência. Oh, saudosas manhãs do tempo em que era petiz.

E que saudades também do Herman acutilante, genial e inovador desse tempo. O Herman que nos trouxe o humor inteligente. O Herman que durante anos foi revolucionário. Infelizmente, com a idade e fama veio o snobismo e cinismo e a genialidade perdeu-se. Para relembrar os bons velhos tempos e porque é Natal:


segunda-feira, dezembro 10, 2007

Cimeira UE/África (editado)

HÁ QUANTO TEMPO LISBOA NÃO VIA TANTOS DITADORES E VIOLADORES DOS DIREITOS HUMANOS?!

Tal foi o "bazar" deste fim de semana que o mais provável é Lisboa nunca ter visto semelhante aglomerado de sanguinários, despotas e corruptos. Diria mesmo que a cimeira do Parque das Nações mais parecia uma reunião de super-vilões de Comics (i.e. Banda Desenhada).

De positivo ficam as brilhantes intervenções Oumar Konaré, ex-Presidente do Mali e actual Presidente da Comissão da União Africana, não só por ter sido capaz de apontar directamente o dedo aos que suportam e promovem conflitos como no Darfur, Somália, Congo e Chade, mas também por ter sido capaz de romper o status quo que usa como justificação para todos os problemas de África o seu passado colonial, propondo assim uma nova forma de fazer política por parte dos líderes africanos.

Destacando:
"É tempo de África enterrar o seu passado colonial. Tem vindo, nos últimos anos, a garantir um crescimento assinalável, mas que é ainda muito frágil."

"É preciso um espírito que se baseie em princípios reconhecidos por todos, europeus e africanos, no respeito mútuo, na aceitação das nossas diferenças, partilha de certo número de regras democráticas."

"A partilha dos valores de paz, boa governação e da segurança, do respeito pelos Direitos Humanos. Mas é também preciso um espírito de humildade, solidariedade e confiança para se chegar a acordos justos. Caso contrário, será posta em causa o desenvolvimento."

"Podemos e devemos voltar as páginas mas não devemos destruí-las. Ninguém poderá resolver os problemas por nós. Temos de participar no jogo, de ser parceiros, mas com regras novas e claras, que vamos construir em conjunto."

África não precisa de caridade nem de paternalismos. Os males do nosso Continente são conhecidos e não são uma fatalidade. Ninguém os resolverá de forma digna e durável por nós.

Não obstante, espero que esta cimeira acabe por se traduzir numa mudança real na qualidade de vida dos povos africanos. Assim o espero, mesmo sabendo que habitualmente estas cimeiras não passam de declarações de boas intenções, que geralmente se ficam pelo papel e apertos de mão.

domingo, dezembro 02, 2007

Olhó Prémio Nobel da Paz fresquinho... Compre aqui o seu prémio Nobel da Paz

Honestamente, penso que a atribuição do prémio Nobel da Paz a Al Gore pelo seu trabalho na luta contra as alterações climatéricas não passa de uma grande fantochada no sentido de publicitar a Fundação Nobel e os seus respectivos prémios. Não pretendo com isto criticar a campanha desenvolvida até agora por Al Gore. Muito pelo contrário, a minha questão prende-se com o efectivo cariz meritório do condecorado.
A verdade é que durante anos imensa gente fez e tem feito muito mais em prol do proteccionismo ambiental e no combate às alterações climáticas.
Porque não foram essas pessoas reconhecidas?
Porque não foram outros com trabalho desenvolvido em outras áreas como a luta contra a guerra, discriminação, pobreza, etc reconhecidos?
Quanto poderia, de facto, ter Al Gore feito enquanto vice-presidente dos EUA e não fez? Será que a sua campanha é fruto de um genuíno amor à camisola, ou existirão interesses subjacentes? Quanto cobra Al Gore por cada uma das suas conferências e qual a aplicação desse dinheiro? Todas estas perguntas são legítimas, pelo menos quando isso implica a justiça com que um prémio como o Prémio Nobel da Paz é atribuído.
Se ele o rejeitasse... Isso sim, seria um legitimar das suas intenções (pelo menos aos meus olhos!).
(Recordo a minha crítica ao documentário
An Inconvenient Truth aqui)


Também não posso deixar de opinar que são "reconhecimentos" como este que depois permitem que Presidentes discutíveis como Ramos Horta considerem Durão Barroso um potencial merecedor de um Prémio Nobel da Paz. É que não haja qualquer dúvida que abrindo o Dicionário na palavra Paz Durão Barroso surge como um sinónimo. Senão vejamos:

sábado, dezembro 01, 2007

Restaurando a Independência, restaurando liberdades

Porque lutar pela nossa independência territorial, política, económica, judicial, cultural e social é cada vez mais urgente, aqui fica a minha singela homenagem aos revoltosos de 1 de Dezembro de 1640.
Pela Liberdade!!

Coroação de D. João IV,
Veloso Salgado (1908),
Óleo sobre tela, 325x285 cm,
Espólio do Museu Militar

quarta-feira, novembro 28, 2007

18:00 - Hora do Lanche


Gopher Broke, uma animação dos estúdios Blur

terça-feira, novembro 27, 2007

Será que alguém é capaz de traduzir? (eleições para a AAC)

O Manifesto que se segue faz parte do material de campanha de uma Lista candidata à Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra para o mandato correspondente ao ano de 2008.

Pois dizem eles o seguinte :
(ATENÇÃO: pode parecer brincadeira mas a transcrição é mesmo fiel ao original)

"Manifesto de Intenção
O Particular dever cívico coimbrão, a iminência de uma generalizante intuição crítica, e o substrato das reivindicações do nosso movimento, conferiu-nos a missão de redefinir o protectorado de causas que estruturam a nossa Academia.
Baseamos o nosso sentido de Academia, numa acção capaz de combater as disparidades intracomunitárias a fim de repor a justiça social, em ininterruptas dinâmicas de integração e incentivo à participação estreitadas pela coesão institucional, e na criação de sinergias válidas com o mundo laboral que visam estimular o empreendedorismo jovem.
Desta forma, decretamos o estado de CAUSA na Academia de Coimbra!"

Aaaaaaaahhhhhhhhhhhh?!
Eu até agora ainda estou a tentar perceber o que raio a rapaziada da Lista A quer dizer com este manifesto, infelizmente sem qualquer sucesso. Se alguém quiser dar uma ajudinha, eu agradeço!

E restringindo toda a minha crítica a este manifesto (pois os restantes panfletos desta lista também têm pano para mangas!), parece-me que isto é obra de um tipo qualquer que se acha o maior, mas que no fundo não passa de um grande ASNO. É que além de desconexo, confuso, incongruente e ridículo, este manifesto parece ser uma manta de retalhos roubados em discursos alheios e colados a cuspo.

É no que dá querer falar "caro" sem saber!

E o pior é que a vitória destes indivíduos é quase certa!

segunda-feira, novembro 26, 2007

Breve apreciação aos monopólios

Portugal sempre foi um país fustigado pelos interesses monopolistas de alguns. Infelizmente a implementação desses monopólios baseou-se sempre numa relação em que os mais fracos são explorados enquanto os ricos não param de enriquecer. São exemplos disso a PT (Portugal Telecom) e a EDP, empresas que durante anos utilizaram a sua posição de exclusivas no mercado para exercer um domínio abusivo e assim cobrar mais aos seus clientes por serviços claramente mais baratos.

Mas não é sobre a PT nem EDP que vos venho falar. Pelo contrário, gostaria de vos falar de uma empresa tantas vezes "esquecida" mas cuja posição monopolista é igualmente abusiva. Falo-vos da Lusomundo, mais concretamente da Lusomundo Cinemas. E o que me leva a falar-vos da Lusomundo é tão somente isto:
Bilhete normal num cinema Lusomundo: 5,50€
Bilhete estudante num cinema Lusomundo: 4,60€

Acontece que a prática destes preços ridiculamente excessivos só é possível devido à crescente monopolização do mercado cinematográfico por empresas como a Lusomundo e o seus multiplex estilizados de centro comercial que têm levado ao encerramento forçado dos pequenos cinemas. E com o fim dos pequenos cinemas perdem-se os bilhetes a preços acessíveis e justos, perde-se o acesso a filmes marginais (visto que aos Multiplex só interessam blockbusters!) e, pior ainda, perde-se parte do espírito e da singularidade do próprio cinema.

Mas o mais ridículo ainda são os 15 minutos de publicidade que nos vendem no início de cada sessão, pois seria de esperar que essa publicidade ajudasse a contribuir para a diminuição dos preços dos bilhetes. Em vez disso, não param de aumentar!

Ai que saudades dos tempos em que 500 escudos bastavam para assistir a uma boa sessão de cinema.

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A propósito Graza, já fui ver o Sicko!! Tens razão, mais um grande documentário da autoria de Michael Moore.

terça-feira, novembro 13, 2007

Vende-se poço de petróleo por uma pechincha

Será que a descoberta da GALP no Tupi Sul irá reflectir-se numa descida do preço dos combustíveis?
Ou teremos que continuar a pagar cada vez mais cada vez que nos dirigimos a um posto de combustível?

sábado, novembro 10, 2007

E agora um pouco de espaço para a XVII Cimeira Ibero-Americana

Queiramos ou não, por onde quer que passe, Hugo Chávez é notícia e faz notícias, e aquilo que provavelmente passaria despercebido acaba por virar manchete de primeira página. A XVII Cimeira Ibero-Americana é o mais recente exemplo disso.

Na sessão plenária da XVII Cimeira Ibero-Americana, Chávez não só criticou a imprensa espanhola por atacar o seu regime, como voltou a apelidar o ex-primeiro ministro espanhol José María Aznar de fascista. Ora a notícia não se prende com estas acusações, habituais no discurso barato e populista do Presidente Venezuelano, mas com o facto de perante isto o rei Juan Carlos se ter irritado ao ponto de mandar calar Chávez em pleno plenário. (uma verdadeira pérola, eh eh eh!)

Pelo meio Zapatero, usou da palavra para reclamar o devido respeito por Aznar - “Pode estar-se nos antípodas de uma posição ideológica, e eu não estou próximo das ideias de Aznar, mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito”, e Chávez tentou interrompê-lo reclamando o seu direito à liberdade de expressão e acabando por citar José Gervasio Artigas em tom de cavaleiro ferido na sua honra - “Com a verdade, não ofendo nem temo.”

Para ajudar à confusão Daniel Ortega, Presidente da Nicarágua, manifestou o seu apoio a Chávez criticando o pacto político e militar de Aznar com os EUA e Inglaterra e defendendo o direito de Chávez à liberdade de expressão. Tudo isto perante um Juan Carlos irritado ao ponto de abandonar a sala em pleno plenário.

Findo o relato, tempo para algumas considerações:
É bem verdade que Chávez não passa de um pseudo-socialista com tiques ditatoriais que não se abstem de vender o seu populismo barato e isento de conteúdo como uma peixeira a apregoar o seu peixe. Ele vive para o show off.
Contudo, tal não concede ao rei Juan Carlos o direito de se comportar daquela maneira na alta roda da diplomacia, até porque Aznar terá de facto algumas culpas no cartório. O comportamento fanfarrão de Chávez é sobejamente conhecido e a atitude do rei espanhol só pode ser tida como imatura e irreflectida, podendo mesmo significar uma revés nas relações entre alguns países da América Latina e a Europa/Península Ibérica. De facto, até certo ponto o desempenho de Juan Carlos recordou-me a forma condescendente e arrogante com que habitualmente os países europeus costumavam tratar as suas colónias.

Julgo estarmos perante uma nova forma de colonialismo: o colonialismo ideológico que os EUA pretendem implementar pela força e a Europa (ao jeito inglês!) com prepotência cultural.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Orçamento de Estado... aquilo que Sócrates não quer ver!

Após 3 dias de "intenso" debate na Assembleia da República a conclusão que me parece ser mais óbvia é a de que certamente Sócrates não vive no mesmo Portugal do povo que representa.
Pelo menos não vive no mesmo que eu!
Porque no Portugal onde eu vivo o poder de compra é cada vez menor, as assimetrias entre interior e litoral acentuam-se de dia para dia, o desemprego cresce, os juros sobem, os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Pois, de facto não deve ser o mesmo país.

Enquanto isso o Sr. Engenheiro lá nos vai vendendo com arrogância moinhos de vento, computadores e banda larga.
(Como se o povo comesse vento!)
Tudo em nome do "Rigor, Crescimento e Qualificações"...
Rigor?! - Deve estar a referir-se ao PEC que prevê a consolidação das contas públicas à conta do sacrifício dos mesmos de sempre.
Crescimento?! - Só se for no bolso de alguns, que o povo pouco vê.
Qualificações?! - Num país onde o desinvestimento na educação é uma realidade e onde estudar é cada vez mais um privilégio?

Serei eu quem se enganou no país ou será que na retórica da máscara, nada é o que parece.

domingo, novembro 04, 2007

Back to business..... e aproveito já para pedir umas gotinhas de chuva

Por motivos de ordem pessoal e profissional vi-me forçado a afastar-me um pouco da blogosfera nos últimos 2 meses. Porém encontro-me agora um pouco mais aliviado, pelo que espero poder retomar já durante esta semana a frequência de postagem a que vos habituei.


Agora uma breve consideração:
Parece-me que o São Pedro tem mais de francês do que de judeu. A brincar a brincar já estamos em Novembro e chuva nem vê-la. O raio do homem farta-se de fazer greves nos últimos anos. Foram as greves de zelo em Junho que trouxeram chuva com força e agora é isto que se vê.
- São Pedro, vê lá se resolves o teu diferendo com o Chefe aí em cima que a rapaziada cá em baixo já anda à rasca. Ando eu a semear nabos e nem uma pinga de água. Que miséria!!

Para ajudar a resolver o vosso diferendo laboral aqui fica uma pequena Dança da Chuva em jeito de esmola:

Vamos lá ver se isto resulta!!

sábado, setembro 22, 2007


O que nos dirão as folhas do Outono?

segunda-feira, setembro 17, 2007

La Divina

Faz hoje 30 anos que o mundo ficou mais pobre com o desaparecimento de uma das suas maiores musas, Maria Callas - La Divina.
Mas palavras para quê quando se tem disto:

(Aqui contracenando com Tito Gobbi no Segundo Acto da Tosca de Giacomo Puccini. Gravação obtida na London Royal Opera House a 2 de Setembro de 1964.)

segunda-feira, setembro 03, 2007

Chupa-Chupas


Sunshine, lollipops and rainbows...
Não sei porquê mas algo despertou em mim um certo espírito de Chefe Wiggum, o famoso chefe da polícia de Springfield (Simpsons), também conhecido por ouvir esta canção durante perseguições a alta velocidade, e desde o início da manhã que não consigo tirar esta canção da cabeça.
Sunshine, lollipops and rainbows é um clássico de 1965 da autoria de Leslie Gore, artista norte-americana que conta ainda no seu currículo com o big hit de 1963 "It's My Party".
Ora e porquê chupa-chupas? Porque a tradução de lollipop é precisamente chupa-chupa.

Digam lá que este videoclip não é uma pérola retro?!

quarta-feira, agosto 29, 2007

Orgulho Nacional

Naide Gomes, Nelson Évora, Francis Obikwelu
Ouvir "A Portuguesa" à medida que a Bandeira Nacional vai subindo no mastro mais alto desperta sempre em mim um misto de êxtase, paixão, alegria. Não consigo evitá-lo: os meus valores são os da Pátria Lusa.
Tenho orgulho em ser português. Tenho orgulho nestes atletas que tantas alegrias nos conseguem dar apesar das dificuldades que enfrentam todos os dias num país que vive somente para o futebol.

E agora em Setembro: FORÇA LOBOS!!!

sábado, agosto 25, 2007

Luto cultural

"Impressiona-nos sempre a morte, não por ser a morte deste ou de aquele, mas por ela continuar a existir, sendo objectivamente um escândalo."

Eduardo Prado Coelho (29(03/1944 - 25/08/07)

segunda-feira, agosto 06, 2007

"Antes quebrar que torcer"

José Lima é o paraplégico que a 1 de Agosto iniciou, em Viana do Castelo, uma volta a Portugal em cadeira de rodas como "grito de protesto" contra a discriminação de que são alvo os deficientes deste país.

Paraplégico desde 1997 devido a um acidente de trabalho, e já com 52 anos, José Lima decidiu meter-se à estrada farto dos "nãos" consecutivos que ouve sempre que anda há procura de trabalho, numa viagem de 21 dias que pretende levá-lo até Faro (800 Km).

"Estamos no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades, mas falar de igualdade de oportunidades em Portugal é falar de uma grande treta. E é isso que eu quero denunciar com esta viagem"

Por tudo isto, José Lima só pode ser considerado um HERÓI.
FORÇA JOSÉ!!!

quarta-feira, julho 25, 2007

Desabafo

Desânimo...
... por esta sociedade inerte, amorfa, inculta, vil, mesquinha, cruel.
Desânimo...
... pela falta de voluntariado, solidariedade, civismo.
Desânimo...
... pela mentira, desonestidade, falsidade.

segunda-feira, julho 16, 2007

e Lisboa?!

Costa ganha, mas não convence. Possível penalização pelo desempenho do governo?
Carmona segundo. Ou o povo é cego ou este não é o mesmo Carmona dos 2 últimos anos.
Negrão terceiro. PSD sai mais prejudicado que Carmona. Terá sido pela atitude passiva deste 2 últimos anos?
Roseta num quarto lugar que sabe a pouco (pelo menos a mim, que desejava mais!).
Restantes, o esperado.

Positivo: Telmo Correia fica de fora da vereação.
Negativo: Abstenção.

Nota: Votos de Carmona + Votos de Negrão = Votos de Costa.

domingo, julho 15, 2007

Céu Azul

segunda-feira, junho 18, 2007

D


Mount Head (2002), Yamamura Koji

sábado, junho 16, 2007

Earthlings, take 2

"A natureza não conhece qualquer mentira. Ela é sempre verdadeira, séria e severa. A natureza não conhece o erro. Os erros são obra do homem."
J. W. Goethe
Como alguns de vós se devem recordar, em Dezembro último fiz aqui uma pequena referência ao extraordinário documentário "Earthlings: make de conection", uma crónica sobre a forma ignóbil como o homem (sobre)explora a natureza e a vida animal.
Agora tenho o prazer de partilhar convosco o mesmo documentário (com legendas em português do Brasil), que alguém amavelmente decidiu colocar no Youtube.
(Para aumentar o leitor visite a respectiva página no Youtube)
Este é um post para os que GANHARAM com os 90 minutos que dispenderam a ver o documentário. Um post para os que mudaram de consciência. Um post para os que lutam por um mundo melhor.

terça-feira, junho 05, 2007

Porque eu também sou contra as touradas...

"A tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. A tourada é traumatizante e desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura."
(Adaptado de uma Declaração da UNESCO de 1980).
A tauromaquia não é uma arte nem sequer um espectáculo. A tauromaquia, como qualquer outro evento que envolva violência para com animais, é um acto desumano de extrema crueldade.
Se as lutas de cães são ilegais porque não ilegalizar também as touradas?


enquanto o tempo escasseia... (reeditado)

(actualização: 16/06/07)
E agora eis a resposta para aqueles que já andavam a perguntar-se sobre qual seria a solução (a surpresa seguirá em breve!):
_________________________________________
(post original: 5/06/07)
Descubra o Wally e a mensagem "escondida".
(Clique na imagem para aumentar)
P.S.1 Para o primeiro a descobrir o Doca tem uma surpresa. Basta para isso deixar um comentário a descrever a zona em que ele aparece. Ou então enviem para o meu mail a imagem com um círculo em volta do Wally (o que me parece bem mais fácil!).
P.S.2 Para acederem ao meu mail cliquem no "envelopezinho" que aparece ao fundo de cada post.

quinta-feira, maio 31, 2007

I want to break free

E agora um pouco de música para desanuviar de tanto palavriado:
Queen in I want to Break Free.

segunda-feira, maio 28, 2007

Felizmente nem tudo são más notícias

Uma vez que estou numa de discutir a imprensa e os media e porque tenho um enorme prazer em ler as suas crónicas e opiniões, não gostaria de deixar passar a oportunidade para destacar o trabalho e empenho de Nicolau Santos na valorização do ego nacional através da promoção do que de melhor se faz por cá. Mais em:

E porque a imprensa nos dá sempre pano para mangas...

A análise de um país, dos seus índices de satisfação, dos seus níveis de desenvolvimento e sobretudo a sua taxa de culturização passam muito pela análise da sua produção jornalística.

Ora acontece que basta uma vista de olhos pelos jornais e televisões portuguesas para chegar à conclusão que Portugal é de facto um país com um futuro bem negro e triste.
Felizmente, Portugal é muito mais do que aquilo transparece dos jornais, rádios e televisões, daí que o questionamento dos “media” passe a ser uma obrigação. Nesse sentido gostaria de analisar aqui uma das situações mais comuns do jornalismo português: “os fazedores de notícias”. A fabricação de notícias sempre foi uma constante do jornalismo, sendo que a diferença reside na motivação. Se antes notícias eram fabricadas sobretudo no sentido de influenciar a opinião pública tendo em vista a concretização de um ideal político, hoje em dia a fabricação de notícias é mais a regra do que a excepção. Seja por ausência de notícias, seja pela guerra de audiências, seja por motivações políticas, “seja por tudo” ou “seja por nada” o reportar do “não-acontecimento” tornou-se um filão que deve e é explorado superfluamente até à exaustão, mesmo que isso implique a total perda da qualidade noticiosa e a completa banalização do assunto.

Vejamos alguns exemplos:

Em Setembro de 2002 rebenta o escândalo Casa Pia. Durante meses e meses as televisões, rádios e jornais debruçam-se exaustivamente sobre o tema, acompanhando minuto a minuto o drama humano das vítimas ao mesmo tempo que promoviam o julgamento dos indiciados em praça pública e lançavam suspeitas sobre tudo quanto era figura pública, destacando-se o completo assassínio político de Ferro Rodrigues. 5 anos volvidos o processo continua a arrastar-se nas barras dos tribunais, sem fim à vista e apenas com direito a algumas menções esporádicas. O verdadeiro jornalismo de investigação? esse ficou à porta, sem margem de manobra ou qualquer apoio. E nem mesmo Felícia Cabrita, a primeira a relatar/denunciar o caso pode deixar de ser acusada de sensacionalismo.

Cerca de 2 anos depois vem à baila o polémico processo Apito Dourado. Uma vez mais a imprensa encarregou-se de explorar intensivamente o tema. Uma vez mais a qualidade jornalística foi relegada para segundo plano no sentido em que a batalha das audiências se tornou numa verdadeira “batalha campal” entre jornalistas para ver quem conseguia espremer mais sumo da laranja. Resultado: o futebol de 2007 continua a ser o mesmo de 2004, os mesmos jogadores, a mesma máfia. E mais uma vez, esgotado o filão, o tema passa a merecer somente algumas menções oportunas, uma espécie de actualização do “estado das coisas”. E se não deixa de ser verdade que a justiça não funciona não é menos verdade que os jornalistas (ou os directores de informação) pouco se interessam pela investigação profunda e cuidada.

Chega 2007 e entra em cena a polémica licenciatura de Sócrates (já discutida aqui) e o país, a braços com problemas bem mais pungentes, olvidou tudo em detrimento das cadeiras e dos professores do Primeiro-ministro. Mas como se isso não bastasse eis que alguém rapta uma menina inglesa nas praias do Algarve e Portugal pára assistir ao drama da família de Maddie, com direito a directos, entrevistas a especialistas não sei em quê, movimentos de solidariedade, pedidos de famosos, etc. Entretanto muitas outras crianças desapareceram em Portugal e Inglaterra (ver mais aqui) sem qualquer direito a destaque noticioso e como se não bastasse ainda somos acusados de incapazes e ineficazes nas investigações - logo terceiro mundo - pela imprensa inglesa (sendo que a Inglaterra é o país da Europa com maior taxa de criminalidade da Europa!!!!).

Mas eis que, quando pensava que já tinha assistido a tudo o que havia para assistir, o DN publica uma primeira página acusando os Gato Fedorento de plágio e roubo, tendo por base a celeuma suscitada por um blog. Então e a investigação ficou onde? Desde quando se publicam notícias sem pelo menos averiguar a sua fundamentação? (ver resposta do RAP aqui).

E com isto tudo quem perde é o país que assim vê os seus verdadeiros problemas relegados para segundo plano. Haverá ainda alguém que perca tempo a noticiá-los? Quem se preocupa ainda com o jornalismo de investigação puro e duro?

A qualidade noticiosa pode na verdade ser um reflexo da sociedade em que vivemos mas parece-me que existe uma outra causa bem mais profunda, diria mesmo um verdadeiro perigo sintomático: a manipulação da informação. Todos os dias, à hora de jantar servem-nos um prato muito especial, um prato de informação manipulada, filtrada e pré-seleccionada, com o intuito de ofuscar a verdade e ocultar problemas bem mais prementes. Uma clara promoção da ignorância e do comportamento “em rebanho”. Eis a censura dos tempos modernos!

Ainda neste âmbito gostaria de destacar aqui dois artigos de opinião de Miguel Sousa Tavares no Expresso: “Casos de Polícia” e o mais recente “Maddie: lições de jornalismo”.

Tenham medo, tenham muito medo...

No meu imaginário quando penso num ambiente terrífico existe uma música que quase automaticamente começa a ressoar na minha cabeça, sendo ela nada mais nada menos do que a Tocata und Fuge (BWV 565) de J.S.Bach.

Não sei ao certo porquê, mas julgo que a determinada altura devo ter visto um filme de terror em que alguém sentado num órgão e envolto em escuridão tocava esta música. Infelizmente não me lembro de qual, mas se alguém tiver alguma pista...


segunda-feira, maio 21, 2007

Grande Prémio do Mónaco num Peugeot 205

Este último fim de semana fui fazer uma pequena "Road Trip" com alguns amigos erasmus e tendo passado pelo Mónaco aproveitamos para percorrer o Circuito de Fórmula 1 no nosso Peugeotzito 205 de 1990.
Sim leram bem, um Peugeot 205!

Podem rir à vontade pois nós divertimo-nos bastante. Tanto mais que a dada altura na zona do circuito junto ao Casino de Monte Carlo passamos por 6 Ferraris, 3 Bentleys, 2 Rolls Royce, 4 Porshes, 1 Aston Martin e 1 Maybach... meu Deus que visão!! E a verdade é que entre risotas dos presentes tivemos ainda direito a uma foto! Eh eh eh eh!

Bem, deixo-vos aqui um pequeno filme da nossa passagem pela zona do túnel, que inclui preciosismos como "barulhos do motor" e uns alucinantes 80km/h.
(P.S. reparem bem nos nossos olhinhos de satisfação!)

Prometo que mais actualizações serão feitas brevemente. Até lá não se esqueçam de ver o Grande Prémio do Mónaco de F1 no próximo fim-de-semana.

segunda-feira, maio 14, 2007

O que a caixa mágica se esquece de contar...

"É mais perigoso e dá menos audiências relatar a tragédia cósmica do Darfur do que descrever em directo os pormenores do drama familiar de Lagos."
José Miguel Júdice

Infelizmente, vivemos numa sociedade sensacionalista que preza apenas o imediato, uma sociedade adepta do populismo e em que o consumismo é palavra de ordem.
Contudo, outros números existem; números bem reais; números com face. Mas esses, os que morrem todos os dias, apenas têm direito a 1 mísero minuto de antena. Esses que os famosos desconhecem ou simplesmente preferem ignorar.

Vejamos por exemplo alguns exemplos desses números:
  • Em 2005 desapareceram em Portugal 484 crianças.
  • Mais de 50 milhões de crianças em todo o mundo são indocumentadas, logo sem qualquer direito de cidadania.
  • Estima-se que 171 milhões de crianças são forçadas a trabalhar em condições perigosas.
  • 8,4 milhões de crianças são submetidas às piores formas de trabalho infantil, incluindo prostituição ou como pagamento de dívidas num regime de escravatura.
De quem será a culpa? Nossa enquanto sociedade? Ou dos media que todos os dias tentam manipular aquilo que vemos, ouvimos e lemos?
Ficam as perguntas...

quarta-feira, maio 09, 2007

a mecânica da solidão (díptico)

Montpellier, Abril de 2007

domingo, maio 06, 2007

A inveja é coisa feia

Constato hoje que os franceses são uns invejosos de primeira apanha. Passo a explicar-me: vendo que nós tínhamos um na Madeira (falado aqui e aqui), quiseram imitar-nos e meteram um parecido no Elysée.
Macacos de imitação pá!
Porra, é que já não se pode ser único em nada!
Pérolas do discurso de vitória de Sarko:
  • "Vou reabilitar o trabalho, a autoridade, a moral, o respeito e o mérito. Vou renovar a honra, a nação e a identidade nacional. Vou fazer com que os franceses se sintam orgulhosos da França."
  • "Vou lançar um apelo aos nossos amigos americanos, para lhes dizer que podem contar com a nossa amizade, forjada nas tragédias da história que enfrentamos juntos. Quero dizer-lhes que a França estará sempre a seu lado quando eles tiverem necessidade. Mas quero também dizer-lhes que a amizade é também aceitar que os amigos pensem de forma diferente e que uma grande nação como os EUA não pode ser um obstáculo à luta contra o aquecimento global, devendo, pelo contrário, encabeçar essa luta (...)."
  • "Quero lançar um apelo a todos os povos do Mediterrâneo, porque é no Mediterrâneo que tudo irá ser jogado. (...) Penso que chegou o tempo de nos batermos por uma União Mediterrânica, uma união entre a Europa e a África (...)"
Em particular esta última passagem do seu discurso é bastante peculiar, sobretudo depois de no debate de Quarta-feira passada Sarko ter reafirmado o seu não à entrada da Turquia na UE. Ora não sei se é impressão minha mas a Turquia fica no Mediterrâneo, tal como o Egipto, Argélia e mais uma data de países árabes... eh lá, então e não é que a França também tem costa mediterrânica!
Meros pormenores...

E o pior é que houve muito Tuga a votar neste indivíduo.

quinta-feira, maio 03, 2007

Boletim meteorológico para os próximos dias

Chove
Chuva,
Chuvisco
e Chuvada.
eu?!
molhado
pela Chuva
que Chove
de rajada.

quarta-feira, maio 02, 2007

Entretanto, algures num mundo paralelo

Seja por falta de temática ou pelo anseio de maximizar a experiência Erasmus, seja por mera preguiça ou pelo tempo roubado pela incontornável necessidade de escrutinar 9 meses de profícua relação com células T, o Doca do Tempo tem-se visto, ultimamente, relegado para segundo plano, acometido a uma greve de palavras e ideias.

Mas eis que aqui me encontro, hoje que a súbita fatuidade me compele à remição.

Porém agora que escrevo sinto as palavras esvaírem-se à medida que a vacuidade se vai afirmando, qual paladina da apatia.

Talvez me pudesse remeter ao relato do meu típico dia de trabalho, não fosse o caso da encriptação da leitura se vir a tornar um pesadelo enfadonho para os meus leitores.

Por outro lado, a narração de algumas das minhas experiências enquanto Erasmus talvez fosse mais apimentada. Mas qual será o interesse de semelhante leitura quando todo o prazer está na própria vivência?

E parece que ontem o Mourinho lá voltou
a perder outra ida à final para a
trupe espanhola do Liverpool.
É isso e o Pina Moura a vender Portugal ao
desbarato aos "do outro lado da fronteira".
Porra!!! até a fruta vem de lá...

Hmmm, pensando bem talvez não seja assim tão má ideia a escrita de um pequeno memorial da experiência Erasmus.
Fica a ideia...

segunda-feira, abril 30, 2007

Rascunhos de Nîmes

(clique nas imagens para aumentar)
St. Perpétue
Place des Arenes (anfiteatro do séc.1 DC)
Jardin de la Fontaine
Pormenor do Jardin de la Fontaine
Place d'Assas
La Maison Carré (templo datado do séc. 1 DC)
La Maison Carré com o Le Carré d'Art (Biblioteca e Galeria de Arte Contemporânea) ao fundo
St. Baudile
Quai de La Fontaine
Buliço numa das ruas da zona histórica
La Porte Auguste (e estátua do imperador Augusto)
Pormenor Arquitectónico (janelas típicas)

sexta-feira, abril 27, 2007

Rascunhos de Marselha

(cliquem nas imagens para aumentar)
Pormenor do Porto Velho
Hôtel Dieu
Esplanada com vista para o Porto Velho
Place aux Huiles no Quartier Basket
(Loja típica de Marselha - venda de sabão e óleos)
Pormenor da Notre-Dame des Accoules
Pormenor da saída do Porto Velho com o Palais du Pharo em pano de fundo
Marselha vista do Velho Porto com a Notre-Dame de La Garde em pano de fundo
Pormenor do Palácio de Longchamp

quarta-feira, abril 25, 2007

terça-feira, abril 24, 2007

ainda nada está perdido....

quarta-feira, abril 18, 2007

E Deus diz: toma lá uma pistola e vai matar uns quantos! (ou em memória das vítimas do massacre Virginia Tech)


Sim, para aqueles que não sabem, muitos americanos afirmam que possuir uma arma é um God given right (um direito concedido por Deus!). Pergunto-me: é de mim ou esta é uma afirmação um pouco paradoxa? E onde é que será que eu já ouvi palavras semelhantes? Ah, já sei: é uma expressão muito usada por terroristas e outros que tais para promover guerras e destruição. Pois, estão a pensar o mesmo que eu: vendo deste prisma se calhar até têm razão na sua afirmação. Logo, também não é de estranhar que situações como esta continuem a acontecer.

Já agora, veja-se por exemplo o significado de "domingo em família" para alguns americanos:

E já que estou nisto, porque não um pouco de história americana?

terça-feira, abril 17, 2007

E porque não um post sobre David Attenborough?




Uma chama de esperança num planeta em extinção

Quando se fala em serviço público de televisão vem-me logo à cabeça o espantoso trabalho desenvolvido pela BBC ao longo de décadas na divulgação das maravilhas do nosso planeta. A BBC e David Attenborough foram pioneiros na promoção da preservação do mundo natural, quando fenómenos como "El niños", "alterações climáticas" ou "efeito de estufa" eram apenas miragens.

Tudo isto para dizer que acabei este fim-de-semana de ver a magnífica série da BBC Planet Earth, narrada, pois claro, pelo incontornável David. Mas Planet Earth não é apenas mais uma séries sobre o mundo natural. Planet Earth é a série, uma verdadeira ode à natureza. Além de imagens inéditas e nunca vistas Planet Earth é também única na forma inovadora como utiliza novas técnicas filmagem e abordagem ao mundo natural.
Planet Earth é ainda um repto para o futuro, um apelo à conservação e preservação, pois nesta série assistimos também à acelerada destruição da natureza, consequência da influência nefasta do homem.

Mas, para ser sincero, não há uma única palavra que eu possa dizer que seja capaz de substituir a experiência que é ver esta série, daí que fique por aqui...

Mais informações em Planet Earth... e já agora o trailer:


P.S.1: A meu ver, se há pessoa que manifestamente merece um Prémio Nobel da Paz em reconhecimento pela sua luta por um mundo melhor, essa pessoa é David Attenborough.
P.S.2: Sr Shines obrigado pela prenda!

sábado, abril 14, 2007

Já cá canta!!!

Pois é meus amigos, aqui está o meu exemplar de The Children of Húrin (falado aqui) de JRR Tolkien, acabadinho de sair do forno. :)))

Este livro, publicado pela HarperCollins Publishers (na sua versão original em inglês), é uma verdadeira pérola. Já dei uma olhadela e posso desde já afiançar que só as ilustrações de Alan Lee valem bem o valor pago!

Cheira-me que hoje alguém vai fazer serão de leitura, eh eh!!

Acácio Jeremias, O Visionário.

Quem é Acácio Jeremias?

...e já agora porque não Diz Que Disse?

ABC do péssimo jornalismo

Nos dias que correm, a imprensa nacional, fazendo jus ao seu rótulo de medíocre, conseguiu fazer de Portugal um país de beatas coscuvilhando a vida alheia. Acontece porém que as beatas são os próprios jornalistas e o povo coitado lá tem que parar para assistir à sua conversa.

Não nego ser possível existirem no passado curricular de José Sócrates algumas confusões e trapalhadas. Mas mais ou menos dúbio, esse é um problema do foro particular do Primeiro-ministro, não uma questão de imperativo nacional. É certo que esta celeuma poderá minar a credibilidade pessoal de Sócrates, mas quem tem um passado isento de falhas? Se Sócrates é Primeiro-ministro é-o pelo seu trabalho político, não pela sua prestação enquanto engenheiro.

Mas este não é um post para defender Sócrates. Este é um post que pretende apontar os podres e a mediocridade d'algum jornalismo português. Com ou sem pressões uma coisa parece-me clara: alguém quer fragilizar a posição de Sócrates e com isso trazer instabilidade ao país. Será porque a instabilidade venderá mais jornais? Ou será que outros haverá que ganharão com essa instabilidade? E diga-se que também não é menos verdade que existem problemas bem mais prementes no país, mas alguém insiste em camuflar a verdade e entreter-nos com corriqueirices.

E os responsáveis por tudo isto? Os media! Fabricadores de notícias e opiniões. Influenciáveis. Corruptíveis. Sensacionalistas. Parciais.

E não haja dúvida que, diga o que disser José Manuel Fernandes, nesta salgalhada toda o Público está a ter um papel preponderante. Basta visitar a página on-line do Público para verificar isso mesmo (na últimas semanas não houve um único dia em que as habilitações de Sócrates não estivessem em destaque).

Agora que penso, talvez alguém esteja interessado em deitar abaixo o Governo... assim sendo é capaz de ser mais fácil alterar já a Constituição e em vez de eleições de 4 em 4 anos passávamos a fazer de 2 em 2. É que parece ser moda em Portugal nos últimos tempos...

Uma coisa é certa, assim não vamos lá!

quinta-feira, abril 12, 2007

C



Adagio For Strings (Opus 11) de Samuel Barber

Um stradivarius solitário no metro

Será que a beleza transcende em momentos e locais inoportunos?
Visando a resposta a esta pergunta, o Washington Post, um dos mais conceituados jornais do mundo (logo a seguir ao 24 horas :p), orquestrou uma pequena experiência em Janeiro último no Metro de Washington que contou com a colaboração do virtuoso violinista Joshua Bell.
A experiência levou um Bell incógnito até à estação "L'Enfant Plaza" onde durante 43min executou algumas das maiores obras primas da música clássica ao som de um Stradivarius (o Gibson ex-Huberman) avaliado em 3,5 milhões de US Dólares. Durante esse tempo, Josh recolheu 32,17$US. 1097 pessoas passaram; apenas 7 pararam mais de 1min para apreciar. 7!!

Ali estava Bell, um artista que enche salas de espectáculo em todo o mundo, a ser pura e simplesmente ignorado. Como pode isto ser possível?
Claro que ninguém é obrigado a conhecer um grande interprete de música clássica, ainda para mais quando ele se faz passar por artista de rua; mas daí a ignorar completamente alguns dos maiores feitos da humanidade interpretados com semelhante virtuosismo e mestria?

E é aqui que surge o velho debate epistemológico sobre "o que é a Beleza?". Será um facto mensurável (Leibnitz), ou uma opinião/gosto (Hume)? Tal como Kant e o jornalista que escreveu o artigo, penso que a Beleza é um pouco de ambos, variável consoante o estado de espírito do observador. Daí que prefira pensar que naquele dia as pessoas estavam demasiado concentradas em chegar a horas ao trabalho.
Prefiro pensar isso à alternativa...
Tal como prefiro valorizar aqueles 7 para quem a beleza transcendeu.

A reportagem foi publicada no dia 8 de Abril com o título "Pearls before breakfast" (Pérolas antes do Pequeno-almoço) e pode ser lida integralmente aqui e o concerto ouvido aqui.

terça-feira, abril 10, 2007

La France d'aujourd'hui... vachement préoccupant!

Voila comme le monde change...

...et la porte du fascisme s’ouvre!
Não admira pois que Le Pen diga que Sarko lhe rouba as ideias e o eleitorado!

Le Pen sobre a igualdade (ironias!)

Le second principe fondamental qui guide notre action est l’égalité, mais celle que l’Etat se doit de faire respecter entre ses nationaux, pas l’égalité avec le monde entier.
Non, nous ne voulons pas de la discrimination raciale de M. Sarkozy appelée pudiquement «positive» et qui consiste à donner plus de droits aux uns qu’aux autres sur le critère de l’origine ethnique.
Nous ne voulons pas non plus de la discrimination religieuse de M. de Villiers.
LA PREFERENCE NATIONALE
Nous considérons que si différence de traitement il doit y avoir, celle-ci doit se faire entre ceux qui sont français et ceux qui ne le sont pas, seule différence de traitement qui soit en même temps légitime, légale et morale.

Je réaffirme aujourd’hui que le Français, même SDF (sans domicile fixe), doit avoir plus de droits que l’étranger aussi brillant et sympathique soit-il car le grand-père du SDF est mort à Verdun pour défendre notre patrie, parce que, outre, être des citoyens, nous sommes des héritiers, héritiers d’un patrimoine immense, matériel, intellectuel, artistique, juridique, social, qui a été constitué, non par nous, mais, par au long des siècles, le travail, les efforts, les souffrances des générations qui nous ont précédés et que nous avons le devoir sacré de transmettre à nos enfants et à ceux qui naîtront d’eux.

Nous devons rendre aux Français leur privilège dans leur propre pays et ceci passe par la préférence nationale à l’emploi, au logement, aux aides sociales et familiales. Qu’une chose soit claire. Les Français sont chez eux en France, ils n’ont pas à s’en excuser.
Il faut, cela n’est que justice, qu’à compétence égale, les emplois notamment soient réservés prioritairement à nos compatriotes.
Il faut que les logements sociaux leur reviennent en priorité alors qu’aujourd’hui les critères purement sociaux donne l’exclusivité d’accès aux arrivants miséreux du monde entier.

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Não sei se é impressão minha mas parece-me que a verdadeira igualdade não existe nem no dicionário de Sarko nem no de Le Pen.


Só mais um pequeno aparte: não foram só os pais dos sem-abrigo (SDF) que perderam a vida em a defender as terras de França (A batalha de Verdun decorreu durante a Primeira Grande Guerra)... outros houve, entre os quais portugueses, ingleses, americanos... pretos, brancos, castanhos...

Mais pérolas disponíveis aqui.

quinta-feira, abril 05, 2007

Pagar para respirar... por Inês Pedrosa

Em Portugal já há quem pague, e muito, para respirar – todos os portugueses que dependem de garrafas de oxigénio para viver pagam o valor máximo do IVA (21%) por esse luxo – a mesmíssima taxa que impende sobre os produtos de perfumaria ou as garrafas de uísque. Muito mais do que se paga por uma garrafa de vinho português (IVA de 12%). Destas coisas não se fala porque, na pós-modernidade sem tabus, o sexo vende-se como festa contínua e a juventude como obrigação eterna, mas a doença é tratada como, mais do que uma vergonha, uma prova de inferioridade. A morte de cancro noticia-se, eufemisticamente, como «doença prolongada» - e com o advento da sida e da Alzheimer a boataria e a má-língua sobre as enfermidades dos famosos tem atingido níveis absolutamente infra-humanos. O tom compungido e íntimo que certos «amigos» põem no relato pormenorizado das supostas misérias físicas dos seus próximos faz perder o ar ao mais contido. Há dias, ouvi a uma dessas almas: «Vais encomendar-lhe o trabalho, a sério? Pois, fulano é excelente, mas tem andado muito debilitado, não sei se dará conta do recado... Dizem que é uma pneumonia, mas, enfim, sabe-se lá se não será outra coisa...» Cada vez mais frequentes são também os comentariozinhos marginais sobre os vícios: «Sim, sim, é óptima - tem é aquela tendenciazinha para os copos, e para os cigarritos... Não dura muito, coitada.» Sobre os que respiram através de garrafas de oxigénio impende, por conseguinte, a suspeita de que não viveram segundo os Mandamentos da Santa Madre Saúde - provavelmente praticaram o pecado do fumo e, se assim foi, agora deixá-los pagar.

Os próprios doentes interiorizam esta fortíssima censura social, e não protestam: o corte dos benefícios fiscais para as pessoas com deficiência passou praticamente em silêncio, neste país onde a legislação europeia sobre barreiras arquitectónicas não é cumprida. Para extorquir mais dinheiro às pessoas com deficiência, o Estado deveria, no mínimo, oferecer-lhes condições de vida dignas - e a base dessa dignidade é o acesso igualitário ao espaço público. Portugal continua a esconder os seus deficientes - sabendo perfeitamente que entre eles estão alguns dos mais valorosos portugueses, medalhados, empreendedores, capazes de ir muito mais longe do que a maioria dos cidadãos ditos «normais», e sabendo também que este tipo de pessoas (orgulhosas, dinâmicas, vitoriosas) nunca se queixam nem aceitam mostrar-se como vítimas, pelo que se torna fácil tirar-lhes regalias ou sobrecarregá-las de dificuldades. Nada disto é novo - Portugal sempre enxotou os seus melhores, para as naus, para a cadeia ou para o exílio. Já o padre António Vieira, há quase quatro séculos, alertava para esta cegueira nacional - mas no país democrático e europeu em que é suposto vivermos ela torna-se afrontosa, e tão desesperada que chega a sacudir das cinzas o fantasma do tal ditador que nos convenceu a mantermo-nos pobrezinhos, lamurientos e resignados.

No combate ao défice, vale tudo - inclusive fazer com que as vítimas de agressão paguem a assistência médica, caso o agressor não se prontifique a fazê-lo. Se um cidadão recorrer às urgências hospitalares por maleita própria, paga apenas a taxa moderadora. Se for parar às mesmas urgências em consequência de uma sova dada por outrem, ou convence o seu agressor a pagar a despesa, ou paga ele mesmo o valor da consulta (que ultrapassa os cem euros). Ora, os agressores têm uma estranha tendência para desaparecerem depois da obra feita; não ficam para recolher os louros nem para pagar a continha do hospital. É a humildade lusitana. Com a altíssima conta-corrente de violência doméstica em vigor, das duas uma: ou as cidadãs pagam os tratamentos ( porque continuam a ser elas a liderar o top da violência doméstica, logo seguidas pelas crianças), ou desistem de se tratar. De uma forma ou de outra, o Estado arrecada - se não de imediato, pelo menos a médio prazo, com a morte das vítimas, que, sucessivamente espancadas e caladas, por certo não durarão até à pensão de reforma. Se isto não é um incentivo claro à ocultação da violência doméstica, não sei o que é. No Estado, em vez de estímulo e exemplo, encontra-se desprezo, deselegância e exploração dos mais fracos. Na semana em que se comemoraram os 50 anos da Europa Unida, o Presidente da República Portuguesa excluiu das celebrações o seu antecessor Mário Soares - apenas o homem que conduziu a integração europeia de Portugal, em tempos mais do que conturbados. Nesta mesma semana, visitei uma querida amiga de 80 e muitos anos na Casa do Artista, um sonho solidário tornado realidade pela entrega de Armando Cortez e Raul Solnado - o grande Solnado que, com outros artistas (como Manuela Maria e Carmen Dolores), todos os dias inventa formas de melhorar a qualidade de vida dos habitantes da excelentíssima Casa, com escassos financiamentos. Enquanto o Governo nos encandeia com Allgarves de futuro fausto e vai aumentando as contas de doentes e violentados, é na sociedade civil que encontramos alento para continuar a respirar em Portugal.

in Expresso

cartaz PNR... versão gato fedorento

(clique na imagem para aumentar)
Parece que o cartaz do Partido Nacional Renovador (já referido aqui), colocado no Marquês de Pombal, e entretanto vandalizado, já não está sozinho.
Desde ontem, José Pinto Coelho, fundador e presidente do partido nacionalista, tem como companhia Ricardo de Araújo Pereira, Tiago Dores, Miguel Góis e José Diogo Quintela, que à semelhança de outros partidos políticos decidiram instalar um outdoor mesmo ao lado do cartaz do PNR, assumindo a sua oposição contra a mensagem xenófoba veiculada pelo PNR.