sábado, dezembro 29, 2007

caos

Assisto do lado de lá da morte
à emergência do caos, desprendendo-se
de todos os seus sistemas metafísicos.
Vejo as pedras da Terra
transformadas em milénio de destroços.
Condeno o pó que se levanta,
poluindo a vernácula Luz, que brilha ainda
no escuro perpétuo.
E os homens que
caem,
perdidos, sem rosto,
sem nome.

Recordo memórias a preto e branco,
inexactas, imprecisas,
amorfas.
Sem âncora, saltito entre existências
numa espiral químerica,
volúvel.

Sou agora a existência fátua do amanhã.

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