Olha Egas hoje correu-me mal, não gostei do vi, aqui vai o comentário que é a copia do meu post:
Edmundo Pedro e a sua Familia foi antes de 1974 uma das maiores vítimas do regime. Mais tarde, o seu currículo foi honrado com os silêncios a que se remeteu, arrastando consigo o desvio de responsabilidades a outras personalidades públicas, só recentemente reveladas. É portanto um homem de ética, de honra e de uma verticalidade cada vez mais raras em Portugal.
Mas foi este o homem que eu ouvi hoje ser assobiado na subida ao palco das comemorações do 25 de Abril, no Rossio e o que é grave é que as bandeiras eram vermelhas.
Não há nenhum princípio de solidariedade que me obrigue comungar com gente que está nestas coisas com o mesmo espírito do Chão da Lagoa, ou do estádio de futebol.
Já não ouvi os discursos e abominei os que me viram muitas vezes ao seu lado nestas lutas. Impunha-se em nome da seriedade que o aparelho partidário dos assobiadores se demarcasse da atitude e fizesse a necessária pedagogia que muitos andam a precisar. Se o não fizer consente, ou convêm.
Embora sendo de uma geração pós-25 de Abril não me é indiferente que o espírito da revolução de Abril se tem vindo a diluir no tempo. Muitos limitaram-se a esquecer; outros desistiram quando viram que o Portugal sonhado não se concretizava; uns tantos nunca o quiseram e tudo fazem para que se perca no esquecimento; muitos, como eu, nunca o viveram e não sabem ao certo o que sentir (não obstante dou graças por ter havido heróis que tornaram possível a minha liberdade). Contudo, tal como tu caro Graza, não posso deixar de me entristecer com a politização do 25 de Abril, pois muitos são também aqueles que usam o 25 de Abril para fazer o seu jogo político, desde os comunistas que se julgam os fiéis e únicos defensores do 25 de Abril, às falanges de direita que no seu jogo de fachada tentam usurpar-se de algo que não fizeram e que nitidamente não lhes conveio. Porque os verdadeiros heróis, aqueles que ousaram lutar e enfrentar a ditadura jazem esquecidos, diria mesmo proscritos com a ingratidão.
Contudo, gostaria uma vez mais de reavivar um repto que há 1 ano atrás já tinha deixado na blogosfera: o importante não é o 25 de Abril nem o que depois se seguiu, o importante é a Liberdade. Julgo que hoje em dia se vive demasiado preso a uma ideia um tanto ao quanto desprovida do seu verdadeiro significado – Liberdade. O mundo mudou e com ele deixamos os valores de Abril caducar. Uma festa que deveria ser do povo e plena de alegria está hoje reduzida a uma “cambada” de engravatados que no palanque sóbrio e amorfo da Assembleia da República discursam sobre um 25 de Abril que não sentem. Urge evoluir, redescobrir novas lutas, lançar novos ideais. Inevitavelmente o 25 de Abril acabará esbatido… a Liberdade?! Essa continuará. Por isso eu digo LIBERDADE SEMPRE!!!
(Graza no fundo talvez eu não passe de um “puto” da era das “internets” e “playstations” que nunca viveu a verdadeira opressão e repressão, daí esta última parte do meu comentário).
2 comentários:
Olha Egas hoje correu-me mal, não gostei do vi, aqui vai o comentário que é a copia do meu post:
Edmundo Pedro e a sua Familia foi antes de 1974 uma das maiores vítimas do regime. Mais tarde, o seu currículo foi honrado com os silêncios a que se remeteu, arrastando consigo o desvio de responsabilidades a outras personalidades públicas, só recentemente reveladas. É portanto um homem de ética, de honra e de uma verticalidade cada vez mais raras em Portugal.
Mas foi este o homem que eu ouvi hoje ser assobiado na subida ao palco das comemorações do 25 de Abril, no Rossio e o que é grave é que as bandeiras eram vermelhas.
Não há nenhum princípio de solidariedade que me obrigue comungar com gente que está nestas coisas com o mesmo espírito do Chão da Lagoa, ou do estádio de futebol.
Já não ouvi os discursos e abominei os que me viram muitas vezes ao seu lado nestas lutas. Impunha-se em nome da seriedade que o aparelho partidário dos assobiadores se demarcasse da atitude e fizesse a necessária pedagogia que muitos andam a precisar. Se o não fizer consente, ou convêm.
Embora sendo de uma geração pós-25 de Abril não me é indiferente que o espírito da revolução de Abril se tem vindo a diluir no tempo. Muitos limitaram-se a esquecer; outros desistiram quando viram que o Portugal sonhado não se concretizava; uns tantos nunca o quiseram e tudo fazem para que se perca no esquecimento; muitos, como eu, nunca o viveram e não sabem ao certo o que sentir (não obstante dou graças por ter havido heróis que tornaram possível a minha liberdade).
Contudo, tal como tu caro Graza, não posso deixar de me entristecer com a politização do 25 de Abril, pois muitos são também aqueles que usam o 25 de Abril para fazer o seu jogo político, desde os comunistas que se julgam os fiéis e únicos defensores do 25 de Abril, às falanges de direita que no seu jogo de fachada tentam usurpar-se de algo que não fizeram e que nitidamente não lhes conveio.
Porque os verdadeiros heróis, aqueles que ousaram lutar e enfrentar a ditadura jazem esquecidos, diria mesmo proscritos com a ingratidão.
Contudo, gostaria uma vez mais de reavivar um repto que há 1 ano atrás já tinha deixado na blogosfera: o importante não é o 25 de Abril nem o que depois se seguiu, o importante é a Liberdade. Julgo que hoje em dia se vive demasiado preso a uma ideia um tanto ao quanto desprovida do seu verdadeiro significado – Liberdade.
O mundo mudou e com ele deixamos os valores de Abril caducar. Uma festa que deveria ser do povo e plena de alegria está hoje reduzida a uma “cambada” de engravatados que no palanque sóbrio e amorfo da Assembleia da República discursam sobre um 25 de Abril que não sentem.
Urge evoluir, redescobrir novas lutas, lançar novos ideais.
Inevitavelmente o 25 de Abril acabará esbatido… a Liberdade?! Essa continuará. Por isso eu digo LIBERDADE SEMPRE!!!
(Graza no fundo talvez eu não passe de um “puto” da era das “internets” e “playstations” que nunca viveu a verdadeira opressão e repressão, daí esta última parte do meu comentário).
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