terça-feira, fevereiro 27, 2007

melhores portugueses?! onde?!

Isentando a RTP, à qual compete toda a idoneidade no que a este concurso diz respeito, não posso deixar de dizer que me sinto deveras envergonhado por no meu país se considerarem dignas de figurar na lista dos 100 + personagens como:

Pinto da Costa (17º), José Mourinho (20º), Cavaco Silva (27º), Luís Figo (30º), José Saramago (44º), José Sócrates (48º), Ruy de Carvalho (50º), Alberto João Jardim (52º), Belmiro de Azevedo (56º), Maria do Carmo Seabra (58º), Mariza (61º), Vítor Baía (66º), Cristiano Ronaldo (69º), Herman José (70º), Ricardo Araújo Pereira (76º, acredito que o RAP também se deve ter sentido ofendido com a sua inclusão!), Jorge Sampaio (80º), Irmã Lúcia (89º), Pedro Hispano (91º) e António Gentil Martins (97º).

Eh pá, mas eu até engolia esses nomes todos (alguns só mesmo com esforço titânico e o mais certo era serem vomitados umas poucas de vezes durante o processo)... mas porra, Hélio Pestana (79º) ??????
Eu nem digo mais nada antes que comece para aqui a soltar barbaridades... #$**##%&##?$##+#

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O maior português de sempre

Numa altura em que a discussão da "portuguesidade" é um dos temas centrais da praça nacional, a minha escolha para o melhor/maior português de sempre recai sobre o .... POVO. O Povo porque foi com o seu sangue que se fez este País. O Povo porque é ele a alma de um país. Porque sem Povo não haveria Portugal.

Mas no povo há de tudo. Há bom povo e mau povo. Importa por isso destrinçar a que povo me refiro. O Povo de que falo é aquele representado pelo Homem do Leme de Fernando Pessoa (in Adamastor, Mensagem), aquele que pode tremer perante o Adamastor mas cuja vontade não vacila. O Povo corajoso, aventureiro, poeta. O Povo saudosista e boémio. O Povo Português.

"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!"


Infelizmente, o Povo não faz parte da lista elaborada pela RTP... Mas como não faz parte dos meus planos abster-me, após matura reflexão acabei por chegar à conclusão que Camões é a escolha certa.
Porquê Camões?!
Camões porque é para mim aquele que melhor encarna o espírito de ser português. Foi aventureiro e saudosista; patriota e corajoso; boémio e poeta. E foi precisamente na poesia que alcançou a sua maior realização: Os Lusíadas. Os Lusíadas que são uma das maiores obras literárias de sempre. Os Lusíadas da Epopeia Portuguesa; um canto ao orgulho de ser Português e ao espírito patriótico. Porque foi com Os Lusíadas que renasceu o sentimento lusitano (bem anterior a D. Afonso Henriques!). Mas sobretudo, porque Camões é o pai da literatura portuguesa. Foi nele que ela nasceu. Foi ele o primeiro a exaltar a Língua Portuguesa.

E porque "a minha pátria é a língua portuguesa" o meu voto só poderá ir para Luís Vaz de Camões, o maior dos portugueses.

para reflectir...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O Grande Ditador

O que é um Ditador? de que massa um Ditador é feito? o que faz de um Ditador ditador? Todas estas perguntas sugiram em mim após uma referência do Graza aos tiques ditatoriais de Alberto João Jardim e que a priori parecem de resposta fácil mas que após breve ponderação conclui não ser assim tão linear...
Isto porque a história provou existirem várias formas de ditadura com especificidades muito próprias, não obstante certas linhas condutoras em comum. E nisto estando, ponderei se seria o Ditador a promover as especificidades ou seria a atmosfera política e social que condicionava o tipo de ditador. A conclusão a que cheguei foi que a resposta reside nas duas opções: a circunstância abre espaço para um ditador com determinado perfil, porém, após implantado, o Ditador assume o leme do regime e traça um rumo como lhe aprouver.
Definir um Ditador é também difícil porque a fronteira entre ditador e o totalitário é demasiado ténue. Julgo não existir um único regime ditatorial moderno que não tenha acabado por derivar para o totalitarismo. O Totalitário, menos humano e mais sanguinário, não olha a quaisquer meios para atingir os seus fins.

E foi precisamente enquanto debatia comigo mesmo este imbróglio que me lembrei de uma das melhores sátiras ao sistema ditatorial/totalitarista de sempre. E na esperança de encontrar uma resposta procurei essa sátira. Porém, em vez da resposta encontrei um grito de esperança e humanismo sem paralelos e conclui que de nada vale tentar classificar ditaduras e ditadores. O que importa é combatê-los.

Essa sátira, datada de 1940, é um filme conhecido como O Grande Ditador. Nascido nos anos quentes da Segunda Guerra Mundial, O Grande Ditador é um para mim a obra-prima de Charlie Chaplin, não só pelo seu brilhante desempenho e por conseguir conciliar na perfeição as qualidades do cinema mudo com a chegada do som, mas também devido à precisão da sua crítica mordaz contra a sociedade moderna de então. Em particular, gostaria de destacar duas cenas do filme: aquela em que Hynkel meditativo brinca com o globo terrestre ao oferecerem-lhe um império que ele não deseja e o discurso final, um verdadeiro panegírico à liberdade e igualdade. Aqui ficam:

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A aritmética do tempo

Clearly, any real body must have extension in four directions: it must have Length, Breadth, Thickness, and Duration. But through a natural infirmity of the flesh, which I will explain to you in a moment, we incline to overlook this fact. There are really four dimensions, three which we call the three planes of Space, and a fourth, Time. There is, however, a tendency to draw an unreal distinction between the former three dimensions and the latter, because it happens that our consciousness moves intermittently in one direction along the latter from the beginning to the end of our lives.
The Time Machine, H. G. Wells

Já agora, aproveito para recomendar a minha última descoberta em sites que desponibilizam livros gratuitamente:

E não se esqueçam que continua a existir este em português (referido aqui):

O sacrilégio de Verlaine e o meu amor por Rimbaud

Encontrei hoje no baú de recordações esta biografia de Arthur Rimbaud (já referido aqui) que tinha escrito para o número 2 da revista RNAmensageiro. Sem mais delongas e até porque o texto já é grandito, aqui fica:

O Sacrilégio de Verlaine
e o meu amor por Rimbaud


Quem é afinal esse rapaz raro, dotado de uma lucidez tão precoce, ao mesmo tempo perturbante e transparente, que escrevia silêncios e anotava o inexprimível?

Nascido em Charleville em Outubro de 1854, Arthur Rimbaud foi um poeta meteórico, surgido num rasgo de revelação prematura e eclipsando-se tão vertiginosamente como houvera surgido. De facto, o seu espírito criativo é de tal maneira efémero que o essencial da sua obra se compreende apenas entre os 15 e os 19 anos, tendo mesmo acabado por abandonar a escrita aos 21 anos, mas não sem antes mudar o rosto da poesia.

Rimbaud teve poucos amigos. Vítima da tirania materna, Arthur desde cedo se revelou um mutista tímido que vivia a diferença: a diferença de uma homossexualidade latente; a diferença de uma arte em busca da sensação primitiva, da aventura existencialista. Uma realidade única.

Quando era pouco mais que um miúdo percorria as ruas de Charleville, acompanhado pelos três irmãos, Fréderic, Vitalie e Isabelle, escrevendo a giz nas paredes e nos bancos de jardim: “Merde à Dieu”. Aluno brilhante, Arthur ganhou o primeiro prémio no Concurso Académico do Colégio de Charleville, em grande parte devido ao apoio e encorajamento do seu professor Georges Izambard, e mais tarde também ele, como que em gesto de retribuição, acabou por homenagear a pequena cidade, ao fazer dela lenda.

Arthur foi um visionário, o poeta que ousou ver mais além, o poeta que ousou penetrar no roseiral dos filósofos, onde tempo e espaço são apenas um. Ele não foi apenas uma sombra inconstante que se limitou a pavonear-se durante a sua hora em cena. – Não: Rimbaud foi muito mais e várias foram as gerações que nele descobriram o fogo acutilante da palavra. Considerado um dos precursores do futurismo, consegue beber-se no automatismo da sua escrita sem controlo a magia de um amanhã que certamente irá nascer – por exemplo quando ele escreve: “A ciência: a nova nobreza! O progresso. O mundo avança! Porque não haveria ele de girar?”.

A escrita de Rimbaud é quase uma síntese autobiográfica: a sua poesia não é reflexo do artista, mas memórias de uma vida incandescente que via nas palavras a própria salvação – ele é antes de mais poeta de si mesmo. Lábil, desconexo; boémio, herege; muitas vezes rutilante, outras clarividente; dotado de uma loucura poética espasmódica que tantas vezes contribuiu para a sua tortura, mas também para o seu triunfo. Os seus poemas são uma epopeia de expressão e sentimento, iluminações que exploram os limites da linguagem, um evidente anseio de absoluto. E talvez seja esse o seu maior legado: a abertura de novos horizontes.

E da escassa obra destacam-se aquelas que pela sua nitidez quase cristalina sejam talvez o melhor exemplo do espírito indomável de Arthur: Iluminations e Une Saison En Enfer. Uma Temporada No Inferno nasceu durante o período de convalescença febril de Rimbaud (aos 19 anos!), consequência do fatídico fim da sua relação amorosa com Verlaine, encerrada com a prisão deste após ter disparado duas vezes sobre o amante. Este é o texto de um sobrevivente que se vê envolvido numa tempestade em que ressaltam sentimentos como a inocência e a culpabilidade, o relato demente e revelador de uma alma perdida. O inferno! O Livro Negro! Prenhe de sensações e visões fragmentárias, são as contradições e o experimentalismo gritante que mais sobressaem neste livro, sofisma ensaístico do veneno interior. Iluminações é um conjunto de poemas em prosa, resplandecentes e erráticos, gravuras simbólicas de um espírito aventureirista, visões coloridas de um amanhã. Inaudita, com tudo em si, esta é uma obra povoada de êxtases e fanfarras, de suavidade e harmonia. O verdadeiro alvorecer de um rapaz raro, o despertar de um inventor perturbante – “Beijei a madrugada. Era Verão.”.

A partir de 1973, Rimbaud dedica a sua vida ao esgotamento do corpo, a fuga a uma realidade que não a sua. Abandona a escrita e parte em busca de conforto para o espírito atormentado; mas nunca o encontrará. Viaja por Chipre, Arábia e Abissínia, envolve-se no comércio do ouro, café, marfim, armas e, segundo alguns, escravos, mas tudo isso não passam de desajeitadas tentativas para enriquecer. E da aventura africana só regressará para morrer. Capitula a 10 de Novembro de 1891 no Hôpital de la Conception, em Marselha, onde lhe fora amputada uma perna. Mas há muito que Rimbaud estava morto: no olhar “de um azul pálido inquietante” (como mais tarde Verlaine escreveu) apenas existia o vazio de alguém que já tinha atravessado as portas do inferno. Tinha então 37 anos, e tal como em tudo na sua vida também na morte foi precoce.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

WHAT'S UP DOC?! (ou como desanuviar de tanta "jardimnice")

Umas das minhas melhores recordações de infância era uma cassete (sim eu ainda sou do tempo das cassetes em VHS!) dos Looney Tunes que o meu pai comprou para mim e para os meus irmãos quando éramos ainda petizes, cassete esta que continha algumas da melhores obras de Chuck Jones, Tex Avery e companhia, num elenco de luxo com Bugs Bunny, Daffy Duck, Beep Beep, Wile E. Coyote, Elmer, entre outros.

Mas o motivo que me leva a fazer este post não é propriamente essa cassete mas sim a minha preferência (que deve remontar a essa altura) por duas personagens em particular: Daffy Duck e Wile E. Coyote.

Daffy Duck, o pequeno pato preto de patas e bico amarelo e peculiar anel branco no pescoço, por ser a única personagem capaz de num simples fundo branco e preto desempenhar performances de um humor perturbante. Porém, muitos são os que erroneamente classificam Daffy como uma personagem estúpida/burra, preterindo-o em relação a Bugs Bunny. Daffy não é burro. Muito pelo contrário: é complexo, filosófico e sem dúvida um tanto ou quanto louco, diria mesmo esquizofrénico. A sua perversidade, egoísmo e maquiavelismo aliados à seu permanente auto-questionamento são bem exemplos disso. Daffy Duck é, por isso, um verdadeiro anti-herói.

Mas o meu preferido é mesmo Wile E. Coyote. É simplesmente impossível não admirar a sua genialidade, persistência, e obsessão; a sua capacidade de sobrevivência e de resistência à dor; e é claro a criatividade dos seus planos (sempre logrados!) para apanhar Bugs Bunny ou Beep-Beep. E a verdade é que espero ainda pelo dia em que, finalmente, Wile E. Coyote terá a sua refeição... Mas para quê palavras quando se tem isto:

Quando a esmola é grande o povo desconfia..

(...) Alberto João Jardim anunciou esta tarde a sua demissão, após 30 anos no cargo, para forçar eleições antecipadas, em protesto contra a aprovação da Lei das Finanças Regionais. (...)
Jardim avançou com a demissão — provando "não estar agarrado ao poder", segundo as suas palavras — com o anúncio prévio de que irá recandidatar-se. "Coloco-me nas mãos do povo, mas ao recandidatar-me à liderança do governo regional demonstro que não fujo, nem abandono, quando as circunstâncias estão insuportavelmente muito mais difíceis", sublinhou. (...) "Esta é a oportunidade para os madeirenses mostrarem ao país e ao mundo, através do direito de voto de cada um, que repudia a desigualdade e a injustiça", reforçou. (...)

No discurso, acusou os socialistas e o Governo de Sócrates de "instrumentalizar o Estado para fins partidários" e de proceder "à alteração ditatorial das regras democráticas" com a nova Lei das Finanças Locais, que reduz as transferências para a Madeira (um corte que poderá atingir os 34 milhões de euros já em 2007), limita o endividamento e proíbe o Estado de assumir as dívidas regionais.

(...) Jardim considerou que o Governo socialista actuou em desrespeito pelos madeirenses, "violando a Constituição da República, violando o estatuto político administrativo da região autónoma, violando os direitos de cada um dos madeirenses". (...)
Pois é, eu já andava todo esperançado que era desta que nos viamos livres do 'Adalberto' João mas parece que afinal ainda não. Demitir-se para se recandidatar... só mesmo desta personagem.
Dêem-lhe a independência que ele tanto clama que ainda saimos a ganhar.
É que no meio disto tudo quem tem razão é Teixeira dos Santos ao afirmar que já que quer tanto ser independente então que prove ser capaz!

E assim se vive neste Portugal (que por enquanto inclui o principado da Madeira).

em contagem decrescente...

Será que é desta que nos vemos livres dele?
Estará a chegar ao fim o reinado de Jardim?

Será que na Madeira os políticos têm 'testiculos'?

Ou não passará tudo, mais uma vez, de muita parra e pouca uva?!

Não perca tudo isso e muito mais a partir das 17 horas no principado da Madeira. Entretanto, os mais saudosistas podem continuar a deliciar-se com as pérolas de 'Adalberto' João em:

O sabor da liberdade


The Shawshank Redemption (1994)

Há coisas que simplesmente falam por si...

domingo, fevereiro 18, 2007

ACASO (=happenstance)

Uma das melhores coisas que nos pode acontecer ao navegar na internet é encontrar algo que nos deixa pura e simplesmente maravilhados. E ontem, foi precisamente isso que me aconteceu.

Rachael Yamagata tem uma daquelas raras vozes pelas quais nos apaixonamos assim que a ouvimos, capaz de criar um sentimento de estarmos num outro tempo, num outro espaço: um ambiente intimista, um tanto ou quanto escuro, e dominado por um grande piano (no meu caso!).

A escrita é excepcional. A sonoridade um misto de pop, jazz e sensualidade. E se por um lado me faz lembrar Norah Jones, por outro não deixa de demonstrar uma identidade muito própria e uma originalidade surpreendente.

Deixo aqui uma pequena amostra para aqueles que não quiserem perder tempo a visitar


Por falar em Norah Jones, o novo album - Not Too Late - já está nas bancas. Eu já ouvi um pouco e deixem-me que vos diga que é divinal.

Uma espécie de desabafo...

O post que se segue é e deve ser entendido como uma verdadeira estupidez. E sendo uma estupidez, o mais natural seria que eu nem sequer mencionasse tal assunto. Acontece, porém, que algo de superior a mim me compele a partilhá-lo convosco.

Pois bem, o que se passa é que quase todos os dias recebo pelo menos uma mensagem (sms) do número 20608 no meu telemóvel francês (Orange) intitulada "celebrites". Ora essas mensagens costumam dizer coisas como:

"Celebrites - Vox populi. Oubliés ses excès passés, Kate Moss a dévoilé sa statue de cire au musé Tussaud. Ce sont les visiteurs qui l'avaient réclamée pour elle."
ou então
"Celebrites - Laissez Olli tranquile! ... Kylie Minogue demande à ses fans et à la presse de ne plus harceler son ex Olivier Martinez."
e ainda
"Celebrites - Adieu play-boy, adieu Don Juan... Hugh Grant se dit définitivement rangé avec Jemina Khan, sa compagne depuis 3 ans."

Perante isto eu pergunto-me: será que tenho cara de Cláudio Ramos? será que tenho cara de quem lê revistas cor-de-rosa?
Mas para que raio me interessa saber que X anda com Y ou que Z vai estar não sei onde?! Ainda se fossem coisas do tipo: "Glorioso ganha ao Sporting por 3-0" ou uma daquelas anedotas do Fernando Rocha. Isso é que era!!

E o mais frustrante é que ninguém me sabe dizer o que é que eu posso fazer para deixar de receber este tipo de sms. A vida tem com cada coisa...

sábado, fevereiro 17, 2007

Chauvinista e com muito gosto!!

Andava eu por uma das minhas passeatas pela blogosfera quando ao entrar no Blog do Graza (obrigado Graza!) me deparei com um link para o Movimento 560. Ora como desconhecia tal movimento dei logo um pulo até lá e fiquei extremamente agradado como o que encontrei.Mas e perguntam vocês: "o que é isso do Movimento 560?"

O Movimento 560, criado no Verão de 2005, tem como objectivo a promoção dos produtos nacionais e a sensibilização de todos os portugueses para a importância de consumir português, contribuindo assim para o aumento do número de postos de trabalho e consequentemente para o crescimento da economia nacional.

"Mas porquê 560?"
560 porque na maior parte dos produtos nacionais os primeiros algarismos que aparecem no código de barras são, precisamente, 560.

"Não será isso uma promoção do grande capital?"
Não. O Movimento 560 é coordenado por pessoas independentes, exteriores a partidos políticos, grupos religiosos (incluindo opus dei :p) ou quaisquer outras associações. Nenhuma entidade impulsionou a criação deste movimento e nenhuma o sustenta. O Movimento 560 ambiciona simplesmente benefícios para todos os portugueses e para o país.

Bem, acho que isto são argumentos mais do que suficientes para perder alguns minutos a fazer uma visita ao site do Movimento 560. Sim, é para ti que estou a falar. E não te esqueças de comprar português.

http://560.adamastor.org

E podem chamar-me de chauvinista e nacionalista que eu estou-me marimbando. Alias até agradeço. Sou português e gosto de ser português. O que não quer dizer que goste do que muitas vezes acontece em Portugal :(

Como abrir 1 buraco do tamanho de 1 melão na cabeça de alguém...

"You could ask yourself a question: do I feel lucky?"

Corria o ano de 1971 quando o mundo viu pela primeira vez Clint Eastwood encarnar o papel do detective Harry Callahan [eu tive que esperar mais "alguns anitos":) ], um polícia de San Francisco, duro de roer e capaz de passar por cima de tudo e de todos para fazer cumprir a lei.

Dirty Harry não é um grande filme e julgo que também nunca o pretendeu ser. Surge na sequência do crescente aumento da violência urbana que começava a verificar-se e a mensagem que transposta é simples e eficaz: a justiça será feita e será dura. Talvez seja essa a grande razão do sucesso de Harry Callahan e que acabou por levar a uma saga de 5 filmes: Dirty Harry, Magnum Force, The Enforcer, Sudden Impact, The Dead Pool.

Mas o que faz de Dirty Harry (e subsequentes filmes da saga) um clássico policial é sem qualquer dúvida o talento e versatilidade de Clint. O cinismo e o ar "durão" que Clint Eastwood confere à personagem e os métodos policiais pouco ortodoxos aliados a um novo tipo de filmagem e um argumento directo e simples mas bem elaborado, fizeram de Dirty Harry um pioneiro do género e fonte de inspiração para muitos filmes posteriores.

Dirty Harry ajudou também a popularizar o revólver Smith & Wesson de calibre 44 Magnum ("the most powerful hand gun in the world"), o que acabou por se traduzir num aumento de vendas da mesma. Isto apesar de os seus efeitos reais não serem tão portentosos como se apresentam no filme, nomeadamente os criminosos a serem projectados no ar ao serem baleados.

E pensar que antes de contratarem Clint Eastwood, o papel do detective Callahan estava previsto para Frank Sinatra... é que o homem pode saber cantar, mas como actor é uma nódoa (pelo menos para mim!).

"Well, do you Punk?!"

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A curta mas extraordinária vida de Andy Kaufman

Poder-se-ia considerar que o mais óbvio seria começar este post com uma piada. Mas este post não pretende ser o óbvio. Pelo contrário, pretende ser uma espécie de tributo a Andy Kaufman, na minha tentativa de dar a conhecer este artista genial aos meus leitores.

Ora, quem é Andy Kaufman?!

Embora rotulado de comediante, Andy Kaufman nunca se considerou como tal. Na verdade, se lhe concedessem a escolha, ele preferia ser apresentado como um "homem da canção e dança", já que ao ser rotulado como comediante Andy sentia que isso colocava uma pressão sobre a audiência que se via compelida a rir. Pelo contrário, ele pretendia que as pessoas rissem quando fosse para rir, ficassem tristes quando fosse para ficar triste e que se zangassem quando a isso apelasse. Para Andy o sentimento era tudo e devia ser desprovido de qualquer fingimento e obrigação.

Andy nasceu a 7 de Janeiro de 1949 em Nova Iorque e quando criança, enquanto os outros miúdos se divertiam a brincar e jogar à bola, Andy costumava trancar-se no quarto e imaginava que na parede estava uma câmara e actuava para um público imaginário.

Andy não contava piadas, explorava ideias. Talvez por isso seja impossível, ainda hoje, classificá-lo. Ele era muito mais que um comediante ou até mesmo um “song-and-dance-man”. Num dado momento ele podia ser Dhrupick – o seu irmão invisível, um lutador de Wrestling, um comediante, Elvis Presley, um imigrante, Tony Clifton, Nathan Richards, Tony Piccinnini, um mágico, Nathan Mackoy ou um simples provocador.

Tido como excêntrico, Andy levou a sua arte até ao limite, ultrapassando-o. As suas performances eram verdadeiros esboços de teatro avant-garde. Andy era a sua arte: as suas personagens e ele eram um só, uno e indissociável.

Faleceu a 16 de Maio de 1984 em Los Angeles, de colapso renal provocado por um tipo raro de cancro pulmonar. Contudo muitos são os que ainda hoje duvidam da sua morte, não só pelo secretismo em torno da sua doença que manteve até ao fim, mas também por alegadamente ter manifestado a alguns amigos o desejo de fingir a sua morte. Infelizmente não voltou 20 anos depois, como tinha afirmado que faria caso fingisse a sua morte.

Uma coisa eu sei, se há pessoa a quem se pode aplicar a expressão "à frente no seu tempo", Andy Kaufman é sem dúvida nenhuma o candidato ideal.

Para os mais incautos relembro que o espectacular filme "Man on The Moon" que conta com um desempenho brilhante de Jim Carrey se baseia na vida e obra de Andy Kaufman.





quinta-feira, fevereiro 15, 2007

a vitória do SIM

Mais do que pela abstenção este Referendo caracterizou-se por uma campanha insípida, onde o degladear de argumentos roçou tantas vezes o absurdo, se não mesmo a estupidez. Mas se em 98 foi a campanha do sim que mais radicalizou, em 2007 isso ficou claramente a cargo do não, que chegou mesmo ao cúmulo de utilizar "bonecos" imitando embriões de 10 semanas e de atacar ferozmente humoristas que no direito da sua profissão ironizaram o referendo e a IVG.

Falta de informação? Claro que existiu. Como sempre existirá! Mas a verdade é que muitos foram também aqueles que não se preocuparam em procurar essa informação ou que com preconceitos pré-estabelecidos colocaram logo de parte qualquer mudança de opinião e discussão.

Para a história fica o resultado. 8 anos volvidos a opinião portuguesa muda de opinião e diz SIM à despenalização da IVG.

Esperemos agora que apesar da abstenção fazer do Referendo não vinculativo, o Governo tome a iniciativa de mudar a legislação e acabe com este flagelo, dotando os hospitais de condições para apoiar as mulheres que pretendam submeter-se à IVG e acabando com a criminalização das mulheres.



"
Mais do que uma vitória é a consignação de um direito das mulheres e o fim de uma hipocrisia estabelecida."



Mas não será que, mais do que uma consignação de um direito das mulheres, é uma consignação da liberdade?

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A vitória do SIM. Infelizmente não em todo o lado.

Resultados em CASEGAS
Inscritos: 720
Votantes: 261 (36,25%)
Em branco: 1 (0,38%)
Nulos: 5 (1,92%)

Sim: 121 (47,45%)
Nao: 134 (52,55%)

Resultados no Concelho da COVILHA
Inscritos: 49.600
Votantes: 20.906 (42,15%)
Em branco: 271 (1,30%)
Nulos: 143 (0,68%)

Sim: 13.780 (67,25%)
Nao: 6.712 (32,75%)

Resultados no Distrito de CASTELO BRANCO
Inscritos: 187.601
Votantes: 76.098 (40,56%)
Em branco: 998 (1,31%)
Nulos: 687 (0,90%)

Sim: 45.863 (61,63%)
Nao: 28.550 (38,37%)

Resultados TOTAL DO PAIS

Inscritos: 8.832.628
Votantes: 3.851.613 (43,61%)
Em branco: 48.185 (1,25%)
Nulos: 26.297143 (0,68%)

Sim: 2.238.053 (59,25%)
Nao: 1.539.078 (40,75%)


ENTAO E AGORA????

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

o regresso da filosofia

Durante um passeio pela net dei de caras com um link para um ensaio de Philip K. Dick que devorei avidamente.

Philip K. Dick (PKD) foi um escritor de ficção científica que, apesar do pouco reconhecimento em vida, alterou profundamente este género literário. Percursor do cyberpunk, subgénero de ficcão científica que utiliza elementos de romances policiais, film noir, desenhos animados japoneses e prosa pós-moderna visando uma descrição niilista e underground da sociedade moderna, PKD inspirou filmes como Blade Runner, Minority Report, Total Recall ou Paycheck.

"How to build a Universe that doesn't fall apart two days later" é um brilhante ensaio que se debruça sobre algumas das grandes questões da humanidade. O que nos torna humanos? o que é a realidade? As respostas a tudo isso e muito mais podem ser lidas (em inglês!) em:

Para finalizar, só uma pequena citação:
"Reality is that wich, when you stop believing in it, doesn't go away."

Para mais informações sobre Philip K. Dick visitem
www.philipkdick.com