domingo, março 11, 2007

no limite de uma arte sem limites...

O Ciclo Cremaster é um conjunto de 5 filmes da autoria de Matthew Barney dedicado ao estudo do processo criativo e à exploração dos limites da arte, uma fusão de artes tão diferentes como a fotografia, escultura, artes plásticas, cinema, teatro, música ou dança.

"Uma forma de ler a série Cremaster é vê-la como uma meditação sobre o processo que nos conduz a fazer coisas. E o ingrediente chave lá dentro é o desejo. É por isso que quis sexualizar este sistema, sem, no entanto, torná-lo rígido numa definição de sexualidade humana. Interesso-me no momento em que o desejo se transforma em objecto."
Matthew Barney (cortesia O Blog da Batixa)

De facto, o ponto de partida para esta obra incontornável da arte contemporânea é o músculo cremaster, músculo que cobre os testículos e que é responsável pela subida e descida do escroto como forma de regular a temperatura testicular e consequentemente o fenómeno espermatogénico. No universo metafórico de Barney a criação artística nasce da concretização reprodutiva e do desenvolvimento sexual. Enquanto fenómeno estético, O Ciclo Cremaster mais do que um estudo da arte é um estudo da percepção da arte, no qual o protagonista principal são as emoções do espectador.

Para mais informação sobre o Ciclo Cremaster aqui.

E agora preparem-se para um pequeno beliscão porque se segue o trailer....

... o murro no estômago fica para quando decidirem ver o ciclo completo (posso afiançar que não é fácil mas no final é recompensante!)

Só a título de curiosidade, Bjork é a companheira de Matthew Barney. Sem dúvida um par excêntrico.

6 comentários:

Graza disse...

Há aqui um problema com a abertura dos vídeos. Vi o que aqui tens mas não posso dizer sobre os cinco. O que vi dá para dizer que esta questão da transdiciplinaridade não é de facto coisa fácil, nem para quem faz nem para quem vê. Porque quem faz, admitindo que seja bom em todas as disciplinas corre o risco que falhar na principal, a da simbiose. E depois quem vê está sempre a olhar para vanguardismos, sempre restritos na acessibilidade, e de outra forma não o seriam, ainda por cima observações que contrariam a forma de pensar uniforme do homem, isto é: não podes exagerar na quantidade de dimensões porque o cérebro não tem capacidade de abstracção suficiente para projectá-las. (Que não é o mesmo de falta de capacidade intelectual!)

Anónimo disse...

3 palavras para ti: intelectualzinho de esquerda. Ainda me lembro quando me apareceste com um panfleto dessa cena quando esteve em exibicao no Avenida...
Cenas demasiado profundas para o meu intelecto mais terreno!!!

Unknown disse...

Graza, o link em causa remete apenas para a página WEB oficial do Ciclo Cremaster (infelizmente não contém os filmes!).

Para assistir a todo o ciclo só nas sessões especiais de cinema que por vezes vão ocorrendo, ou então é preciso perder algum tempo à procura de um videoclube mais completo que contenha a versão DVD.

Quanto ao resto não poderia estar mais de acordo contigo, excepto no ponto da simbiose. Num universo tão "anormal" a simbiose é um luxo dispensável: as ideias querem-se desconexas e abstractas, confusas e difusas. Talvez seja por isso que haja quem adore e quem deteste, o que não pode de modo algum relacionar-se com mais ou menos intelecto.

A arte está nos nossos olhos: o que para uns é lixo para outro é beleza.

Unknown disse...

Plink, admite lá que o teu sonho era ser um "intelectualzinho de esquerda" assim como eu... eh eh eh! :p

Abração para terras de sua majestade!

Anónimo disse...

De cremasteres ja me chega palpar hernias inguinais em doentes. Deixo estas pérolas de cinema alternativo p ti!!!

Unknown disse...

la diz o povo, gostos nao se discutem ... :)))

Mas ao menos os meus são mais higiénicos, eh eh eh!