quinta-feira, maio 31, 2007

I want to break free

E agora um pouco de música para desanuviar de tanto palavriado:
Queen in I want to Break Free.

segunda-feira, maio 28, 2007

Felizmente nem tudo são más notícias

Uma vez que estou numa de discutir a imprensa e os media e porque tenho um enorme prazer em ler as suas crónicas e opiniões, não gostaria de deixar passar a oportunidade para destacar o trabalho e empenho de Nicolau Santos na valorização do ego nacional através da promoção do que de melhor se faz por cá. Mais em:

E porque a imprensa nos dá sempre pano para mangas...

A análise de um país, dos seus índices de satisfação, dos seus níveis de desenvolvimento e sobretudo a sua taxa de culturização passam muito pela análise da sua produção jornalística.

Ora acontece que basta uma vista de olhos pelos jornais e televisões portuguesas para chegar à conclusão que Portugal é de facto um país com um futuro bem negro e triste.
Felizmente, Portugal é muito mais do que aquilo transparece dos jornais, rádios e televisões, daí que o questionamento dos “media” passe a ser uma obrigação. Nesse sentido gostaria de analisar aqui uma das situações mais comuns do jornalismo português: “os fazedores de notícias”. A fabricação de notícias sempre foi uma constante do jornalismo, sendo que a diferença reside na motivação. Se antes notícias eram fabricadas sobretudo no sentido de influenciar a opinião pública tendo em vista a concretização de um ideal político, hoje em dia a fabricação de notícias é mais a regra do que a excepção. Seja por ausência de notícias, seja pela guerra de audiências, seja por motivações políticas, “seja por tudo” ou “seja por nada” o reportar do “não-acontecimento” tornou-se um filão que deve e é explorado superfluamente até à exaustão, mesmo que isso implique a total perda da qualidade noticiosa e a completa banalização do assunto.

Vejamos alguns exemplos:

Em Setembro de 2002 rebenta o escândalo Casa Pia. Durante meses e meses as televisões, rádios e jornais debruçam-se exaustivamente sobre o tema, acompanhando minuto a minuto o drama humano das vítimas ao mesmo tempo que promoviam o julgamento dos indiciados em praça pública e lançavam suspeitas sobre tudo quanto era figura pública, destacando-se o completo assassínio político de Ferro Rodrigues. 5 anos volvidos o processo continua a arrastar-se nas barras dos tribunais, sem fim à vista e apenas com direito a algumas menções esporádicas. O verdadeiro jornalismo de investigação? esse ficou à porta, sem margem de manobra ou qualquer apoio. E nem mesmo Felícia Cabrita, a primeira a relatar/denunciar o caso pode deixar de ser acusada de sensacionalismo.

Cerca de 2 anos depois vem à baila o polémico processo Apito Dourado. Uma vez mais a imprensa encarregou-se de explorar intensivamente o tema. Uma vez mais a qualidade jornalística foi relegada para segundo plano no sentido em que a batalha das audiências se tornou numa verdadeira “batalha campal” entre jornalistas para ver quem conseguia espremer mais sumo da laranja. Resultado: o futebol de 2007 continua a ser o mesmo de 2004, os mesmos jogadores, a mesma máfia. E mais uma vez, esgotado o filão, o tema passa a merecer somente algumas menções oportunas, uma espécie de actualização do “estado das coisas”. E se não deixa de ser verdade que a justiça não funciona não é menos verdade que os jornalistas (ou os directores de informação) pouco se interessam pela investigação profunda e cuidada.

Chega 2007 e entra em cena a polémica licenciatura de Sócrates (já discutida aqui) e o país, a braços com problemas bem mais pungentes, olvidou tudo em detrimento das cadeiras e dos professores do Primeiro-ministro. Mas como se isso não bastasse eis que alguém rapta uma menina inglesa nas praias do Algarve e Portugal pára assistir ao drama da família de Maddie, com direito a directos, entrevistas a especialistas não sei em quê, movimentos de solidariedade, pedidos de famosos, etc. Entretanto muitas outras crianças desapareceram em Portugal e Inglaterra (ver mais aqui) sem qualquer direito a destaque noticioso e como se não bastasse ainda somos acusados de incapazes e ineficazes nas investigações - logo terceiro mundo - pela imprensa inglesa (sendo que a Inglaterra é o país da Europa com maior taxa de criminalidade da Europa!!!!).

Mas eis que, quando pensava que já tinha assistido a tudo o que havia para assistir, o DN publica uma primeira página acusando os Gato Fedorento de plágio e roubo, tendo por base a celeuma suscitada por um blog. Então e a investigação ficou onde? Desde quando se publicam notícias sem pelo menos averiguar a sua fundamentação? (ver resposta do RAP aqui).

E com isto tudo quem perde é o país que assim vê os seus verdadeiros problemas relegados para segundo plano. Haverá ainda alguém que perca tempo a noticiá-los? Quem se preocupa ainda com o jornalismo de investigação puro e duro?

A qualidade noticiosa pode na verdade ser um reflexo da sociedade em que vivemos mas parece-me que existe uma outra causa bem mais profunda, diria mesmo um verdadeiro perigo sintomático: a manipulação da informação. Todos os dias, à hora de jantar servem-nos um prato muito especial, um prato de informação manipulada, filtrada e pré-seleccionada, com o intuito de ofuscar a verdade e ocultar problemas bem mais prementes. Uma clara promoção da ignorância e do comportamento “em rebanho”. Eis a censura dos tempos modernos!

Ainda neste âmbito gostaria de destacar aqui dois artigos de opinião de Miguel Sousa Tavares no Expresso: “Casos de Polícia” e o mais recente “Maddie: lições de jornalismo”.

Tenham medo, tenham muito medo...

No meu imaginário quando penso num ambiente terrífico existe uma música que quase automaticamente começa a ressoar na minha cabeça, sendo ela nada mais nada menos do que a Tocata und Fuge (BWV 565) de J.S.Bach.

Não sei ao certo porquê, mas julgo que a determinada altura devo ter visto um filme de terror em que alguém sentado num órgão e envolto em escuridão tocava esta música. Infelizmente não me lembro de qual, mas se alguém tiver alguma pista...


segunda-feira, maio 21, 2007

Grande Prémio do Mónaco num Peugeot 205

Este último fim de semana fui fazer uma pequena "Road Trip" com alguns amigos erasmus e tendo passado pelo Mónaco aproveitamos para percorrer o Circuito de Fórmula 1 no nosso Peugeotzito 205 de 1990.
Sim leram bem, um Peugeot 205!

Podem rir à vontade pois nós divertimo-nos bastante. Tanto mais que a dada altura na zona do circuito junto ao Casino de Monte Carlo passamos por 6 Ferraris, 3 Bentleys, 2 Rolls Royce, 4 Porshes, 1 Aston Martin e 1 Maybach... meu Deus que visão!! E a verdade é que entre risotas dos presentes tivemos ainda direito a uma foto! Eh eh eh eh!

Bem, deixo-vos aqui um pequeno filme da nossa passagem pela zona do túnel, que inclui preciosismos como "barulhos do motor" e uns alucinantes 80km/h.
(P.S. reparem bem nos nossos olhinhos de satisfação!)

Prometo que mais actualizações serão feitas brevemente. Até lá não se esqueçam de ver o Grande Prémio do Mónaco de F1 no próximo fim-de-semana.

segunda-feira, maio 14, 2007

O que a caixa mágica se esquece de contar...

"É mais perigoso e dá menos audiências relatar a tragédia cósmica do Darfur do que descrever em directo os pormenores do drama familiar de Lagos."
José Miguel Júdice

Infelizmente, vivemos numa sociedade sensacionalista que preza apenas o imediato, uma sociedade adepta do populismo e em que o consumismo é palavra de ordem.
Contudo, outros números existem; números bem reais; números com face. Mas esses, os que morrem todos os dias, apenas têm direito a 1 mísero minuto de antena. Esses que os famosos desconhecem ou simplesmente preferem ignorar.

Vejamos por exemplo alguns exemplos desses números:
  • Em 2005 desapareceram em Portugal 484 crianças.
  • Mais de 50 milhões de crianças em todo o mundo são indocumentadas, logo sem qualquer direito de cidadania.
  • Estima-se que 171 milhões de crianças são forçadas a trabalhar em condições perigosas.
  • 8,4 milhões de crianças são submetidas às piores formas de trabalho infantil, incluindo prostituição ou como pagamento de dívidas num regime de escravatura.
De quem será a culpa? Nossa enquanto sociedade? Ou dos media que todos os dias tentam manipular aquilo que vemos, ouvimos e lemos?
Ficam as perguntas...

quarta-feira, maio 09, 2007

a mecânica da solidão (díptico)

Montpellier, Abril de 2007

domingo, maio 06, 2007

A inveja é coisa feia

Constato hoje que os franceses são uns invejosos de primeira apanha. Passo a explicar-me: vendo que nós tínhamos um na Madeira (falado aqui e aqui), quiseram imitar-nos e meteram um parecido no Elysée.
Macacos de imitação pá!
Porra, é que já não se pode ser único em nada!
Pérolas do discurso de vitória de Sarko:
  • "Vou reabilitar o trabalho, a autoridade, a moral, o respeito e o mérito. Vou renovar a honra, a nação e a identidade nacional. Vou fazer com que os franceses se sintam orgulhosos da França."
  • "Vou lançar um apelo aos nossos amigos americanos, para lhes dizer que podem contar com a nossa amizade, forjada nas tragédias da história que enfrentamos juntos. Quero dizer-lhes que a França estará sempre a seu lado quando eles tiverem necessidade. Mas quero também dizer-lhes que a amizade é também aceitar que os amigos pensem de forma diferente e que uma grande nação como os EUA não pode ser um obstáculo à luta contra o aquecimento global, devendo, pelo contrário, encabeçar essa luta (...)."
  • "Quero lançar um apelo a todos os povos do Mediterrâneo, porque é no Mediterrâneo que tudo irá ser jogado. (...) Penso que chegou o tempo de nos batermos por uma União Mediterrânica, uma união entre a Europa e a África (...)"
Em particular esta última passagem do seu discurso é bastante peculiar, sobretudo depois de no debate de Quarta-feira passada Sarko ter reafirmado o seu não à entrada da Turquia na UE. Ora não sei se é impressão minha mas a Turquia fica no Mediterrâneo, tal como o Egipto, Argélia e mais uma data de países árabes... eh lá, então e não é que a França também tem costa mediterrânica!
Meros pormenores...

E o pior é que houve muito Tuga a votar neste indivíduo.

quinta-feira, maio 03, 2007

Boletim meteorológico para os próximos dias

Chove
Chuva,
Chuvisco
e Chuvada.
eu?!
molhado
pela Chuva
que Chove
de rajada.

quarta-feira, maio 02, 2007

Entretanto, algures num mundo paralelo

Seja por falta de temática ou pelo anseio de maximizar a experiência Erasmus, seja por mera preguiça ou pelo tempo roubado pela incontornável necessidade de escrutinar 9 meses de profícua relação com células T, o Doca do Tempo tem-se visto, ultimamente, relegado para segundo plano, acometido a uma greve de palavras e ideias.

Mas eis que aqui me encontro, hoje que a súbita fatuidade me compele à remição.

Porém agora que escrevo sinto as palavras esvaírem-se à medida que a vacuidade se vai afirmando, qual paladina da apatia.

Talvez me pudesse remeter ao relato do meu típico dia de trabalho, não fosse o caso da encriptação da leitura se vir a tornar um pesadelo enfadonho para os meus leitores.

Por outro lado, a narração de algumas das minhas experiências enquanto Erasmus talvez fosse mais apimentada. Mas qual será o interesse de semelhante leitura quando todo o prazer está na própria vivência?

E parece que ontem o Mourinho lá voltou
a perder outra ida à final para a
trupe espanhola do Liverpool.
É isso e o Pina Moura a vender Portugal ao
desbarato aos "do outro lado da fronteira".
Porra!!! até a fruta vem de lá...

Hmmm, pensando bem talvez não seja assim tão má ideia a escrita de um pequeno memorial da experiência Erasmus.
Fica a ideia...