domingo, março 22, 2009

Um dia após o início da Primavera (simultaneamente Dia Mundial da Poesia), eis a poesia que me vai na alma:

APOTEOSE, Mário de Sá-Carneiro

Mastros quebrados, singro num mar d'Ouro
Dormindo fogo, incerto, longemente...
Tudo se me igualou num sonho rente,
E em metade de mim hoje só moro...

São tristezas de bronze as que inda choro -
Pilastras mortas, mármores ao Poente...
Lajearam-se-me as Ânsias brancamente
Por claustros falsos onde nunca oro...

Desci de mim. Dobrei o manto d'Astro,
Quebrei a taça de cristal e espanto,
Talhei em sombra o Oiro do meu rastro...

Findei... Horas-platina... Olor-brocado...
Luar-ânsia... Luz-perdão... Orquídeas pranto...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

- Ó pântanos de Mim - jardim estagnado...

3 comentários:

Anónimo disse...

Jardim estagnado??

Podemos tratar disso e fazer "neurogénese" de umas quantas flores por ai!
queres?

Unknown disse...

Parece-me boa ideia!
Fazemos o seguinte, tu trazes as sementes que eu levo a enxada!

Já falei com o Carlos e ele disse que nos cede um quinhão de terra lá nas Coives.
Que dizes?!

Anónimo disse...

Acho óptimo.
Até porque a terra do Linhos é a mesma que a minha e assim fica tudo em família..
Além disso a terra das coives é uma localidade bem jolie!! E com gajas boas, boas, boas.
Não é mÁnu??