quarta-feira, março 21, 2007

Dia Mundial da Árvore e da Poesia 2

Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruto debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Árvore, cujo pomo, belo e brando, Luís Vaz de Camões

1 comentários:

Anónimo disse...

Já tinha vontade de ler novos posts =))

inicio da primavera... recomeço de outra etapa... a magia... tu percebes...