segunda-feira, setembro 27, 2010

a arte segundo...

... Cavaco Silva: Arte?! - "não comento"

... Manuel Alegre: "palavras com que canto"


(cliquem nos links)

terça-feira, setembro 21, 2010

a curta história do rock progressivo português

No seguimento do último post vi-me envolto numa teoria da conspiração. Isto porque dei por mim a pensar que algures no final dos anos 70 algo de muito estranho se deve ter passado em Portugal.

Se não vejamos:
- o já referenciado José Cid dos 1111 virou o Elton John da Chamusca;
- Armando Gama que em 77 militava nos Tantra passou a fazer duetos com a Valentina.
- em 1976, com apenas 22 anos, Carlos Alberto Vidal oferece-nos Changri-lá e na meia dúzia de anos que se segue envelhece uns 40 tornando-se no Avô Cantigas.

O único que ainda se safa será o Júlio Pereira, hoje em dia mais conhecido como intérprete de música popular, mas que nos idos anos 70 tocava guitarra pa caraças nos Petrus Castrus.

Se calhar foi alguma coisa na água....
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Já agora, um aviso à navegação:
Para todos estes tipos aí em cima, estou comprador dos EPs e LPs (particularmente se for em vinil). Por isso, se alguém tiver para venda ou souber....

domingo, setembro 19, 2010

10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte

José Cid é um daqueles músicos que um tipo não sabe se há-de rir ou chorar. Isto porque se por um lado há o José Cid dos Quarteto 1111 e que nos trouxe obras magníficas como "Onde Quando Como Porque" e a "Lenda de El-Rei D. Sebastião"; por outro temos um Cid homofóbico latente e que canta coisas como "favas com chouriço" e "macaco gosta de banana". Claro que pelo meio ainda pudémos desfrutar de "Cai Neve em Nova York" e "Um Grande, Grande Amor", mas nada ao nível dos tempos do 1111. Caso para dizer que a um inicio prometedor se seguiu uma carreira titubeante.

E vivia eu com esta desilusão até que há uns dias, por mero acaso, me deparei com "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte". Ouvia uma mistura de rock português quando pelo meio surge "Fuga Para o Espaço" e ocorre súbita revelação: era José Cid quem cantava. Então não é que em 1978 o raio do homem fez um álbum de rock progressivo?! E pasme-se, é uma Ópera Rock Sci-Fi. Foi de tal forma extasiante que os meus ouvidos devem ter tido um orgasmo.
10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte canta a epopeia de um homem e uma mulher que regressam à Terra dez mil anos depois da sua apocalíptica destruição. É um álbum conceptual que transpira anos 70 e se socorre dos habituais sintetizadores, mellotrons, moogs e riffs repetitivos. Ao nível de influências destacaria o épico típico dos The Moody Blues, o psicadélico dos Pink Floyd e um certo glam-rock à David Bowie.
Perante isto, não posso deixar de perguntar novamente como é que raio um gajo com este potencial acaba virando um Elton John. E a resposta que inicialmente se previa difícil até poderá ser bastante simples. Ao que parece, o álbum foi editado a contragosto pela Orfeu Records, argumentando que seria pouco comercial. A má vontade da editora terá sido tanta que o lançamento do LP só foi possível após José Cid ter abdicado das royalties a que tinha direito. E juntando-lhe a fraca adesão do público português estava cozinhado o cocktail para a desilusão de Cid, razão que provavelmente o terá levado a mudar de registo e atitude. Com muita pena minha, diga-se. Sem estranhar, 10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte acabou por ter maior aceitação no estrangeiro. De facto, o LP original é uma raridade paga a peso de ouro e mais recentemente a pequena editora californiana Art Sublime re-editou o álbum em CD.

Para além de Cid (voz, sintetizadores, moog, mellotron), 10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte contou ainda com os contributos de Ramon Galarza (percussão), Zé Nabo (baixo, guitarras) e Mike Sergeant (guitarras). É um LP composto por 7 músicas: 1. O último dia na Terra; 2. O Caos; 3. Fuga para o Espaço; 4. Mellotron, o Planeta Fantástico; 5. 10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte; 6. A Partir do Zero; 7. Memos. De salientar que no período pós Quarteto 1111 e antecedendo este LP, Cid lançou ainda outra pérola de progressive rock, o EP Vida - Sons do Quotidiano.

Sem dúvida um dos melhores álbuns jamais feito em Portugal e que mudou completamente a forma como vejo José Cid. Confesso-me envergonhado por só agora me ter cruzado com este álbum extraordinário. Aqui fica:

terça-feira, setembro 14, 2010

Síndrome de São Sebastião

Carlos devia passar a ser sinónimo de mártir.

Que o digam Queiroz e Cruz.

Irra, que já irrita tanta vitimização.

sexta-feira, setembro 03, 2010

a justiça que temos


‎"... falta aqui uma vírgula..."
Eu diria é que falta aqui muita coisa, a começar por factos e provas. Algo vai muito mal se ao fim de 8 anos não conseguem melhor do que "dia concreto não determinado" e que "contacto não concretamente apurado".
Veredicto: justiça inquinada.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Manifesto anti-"Anti-Socras"

O boçal anti-socrático é um homem. Ou uma mulher.

É um sabujo raivoso que come Sócrates, digere Socras e caga Trocas-te.

Maldizer é o seu métier e na internet dá largas à sua diarreia viperina.

É um tipo (ou uma tipa) que só diz merda, mesmo quando floreia o discurso.

É o Dantas, e nas caixas de comentários dos jornais vive os seus 15 minutos de fama.

Vomita alarvidades, insulta prolificamente.

Mas nada teme, protegido pelo crepúsculo do anonimato.

É uma besta sitibunda. Um fleuma.

Heterónimo. Umas vezes dá pelo nome de "Plumitibus Socraticum Supinum Sabujus Est", outras pelo de "FF (o Faz Fretes)".

A alhos responde Sócrates; a bugalhos, socialista. Mui anti. Mui contra. Mui nada,

o vil sacripanta da moral estropiada.