terça-feira, janeiro 23, 2007

Entrevistado para "A Cabra"

Há uns tempitos fui assediado por uma jornalista do jornal universitário 'A Cabra', que estava a preparar um artigo sobre "Estágios no Estrangeiro", para responder a algumas perguntas acerca do meu estágio através do programa Erasmus. Eu, com a melhor das intenções e até porque não me custava nada, acedi prontamente.
Imaginem então qual não é o meu espanto quando vou ler o artigo e descubro que de repente ganhei mais dois anitos (parece que tenho 24!) e que me atribuem afirmações que eu nunca fiz e passo a citar: "Marco Craveiro não se mostra tão satisfeito com o GRI (Gabinete de Relações Internacionais)". Ora eu nunca afirmei que estava insatisfeito com a prestação do GRI, apenas disse que havia ainda lacunas a superar, nomeadamente no diálogo entre Instituições, e que as únicas queixas (de incompetência!) que poderia proferir eram em relação ao homólogo do GRI em Montpellier.
De qualquer das maneiras, deixo aqui as minhas respostas à referida entrevista e também o link para o pdf da edição de 'A Cabra' em causa (ver página 1o).
Jornal "A Cabra": www.acabra.net
Número 160 d0 Jornal "A Cabra": N.º 160






Nelito tinha que
aqui pôr a tua foto :)








Só mais uma coisa, ao lerem o artigo atentem no pormenor de Ricardo Gariso que começa como Químico Industrial e acaba como Bioquímico.
Pode parecer-vos "picuinhice" a mais da minha parte, mas a verdade é que este tipo de erros ocorre consecutivamente n'A Cabra. E a verdade é que a situação se mantém, mesmo após já ter apresentados reclamações por erros semelhantes.

Pessoal aí na Cabra, vejam lá se começam a ter mais cuidado!!!

Finalmente, a entevista:

1 - O estágio é através de algum programa (Erasmus) ou foi conseguido particularmente?
A resposta é sim e sim. Isto porque apesar de ser um estágio "patrocinado" pela mobilidade Erasmus, o contacto com o Instituto/Laboratório de acolhimento tem que partir sempre do próprio. O programa Erasmus além da bolsa e da lista de Instituições com as quais existem protocolos só assegura os trâmites legais do processo de intercâmbio. Achar um grupo de trabalho que nos aceite é trabalho nosso. No meu caso, o ponto de partida foi um contacto facultado por uma Professora do meu Departamento, se bem que também passei muitas horas na internet à procura de grupos de trabalho que fizessem investigação numa área do meu interesse.
2- Há quanto tempo estás fora e qual a duração do estágio?
Este é um estagio de 9 meses que teve início no começo de Outubro.
3 - Onde estás a estagiar?
No IGMM, Institut de Génétique Moléculaire de Montpellier (França).
4 - Como está a ser esta experiência? em que é que achas que está a contribuir para o teu desenvolvimento profissional e pessoal?
A experiência está a ser magnífica, tanto pessoal como profissionalmente. É muito bom estar num sítio onde as dificuldades financeiras não são o prato-do-dia, um sítio onde não te sentes restringido porque tens que estar imenso tempo à espera do reagente X ou onde não podes fazer tal experiência porque está fora do orçamento.
Julgo também importante salientar o espírito de informalidade que se cultiva no IGMM. É que embora existam obrigações e todos se relacionem com o devido respeito, aqui não há Sr. Dr. X nem Sr. Professor Y. Seja o funcionário da secretária ao Presidente do Instituto, todos te tratam por tu e a todos deves tratar por tu. E isso é óptimo, pois permite criar uma atmosfera de diálogo, confiança e responsabilidade que facilita a concretização de qualquer trabalho.
Ao nível da aprendizagem e conhecimentos, a sensação com que fico é que chegas a não saber nada e que aos poucos vais entrando no ritmo e quem sabe talvez até acabes um expert na matéria. Mas isso só daqui a alguns mesitos... Por enquanto sou um mero aprendiz de imunologia!
5 - Quais as principais dificuldades que tens encontrado?
A língua, o ritmo de trabalho, a comida e as greves. A língua porque apesar de falar inglês fluentemente, isso de nada serve em França, já que a não ser algumas pessoas no Instituto que falam bem inglês, a grande parte do dia-a-dia tem que ser feito e vivido em francês. E para ser sincero os meus 3 anitos de francês no básico ficaram perdidos algures no tempo. Mas agora já me vou safando. Pelo menos os meus colegas dizem que estou muito melhor.
O ritmo de trabalho porque trabalhar uma média de 10 horas por dia para quem estava habituado a ficar algumas manhãs na cama quando a preguiça falava mais alto custa. Na verdade, não tenho horário de trabalho. Só tenho uma obrigação: apresentar resultados. E é em função disso que faço o meu horário. Por hábito, geralmente, começo às 9 da manhã e acabo por volta das 19h. Mas não é só o ritmo de trabalho no Instituto. É também o ritmo de trabalho de toda a sociedade: em Portugal anda-se mais devagar, saboreia-se mais cada momento.
A comida porque estou farto de ver pizzarias e kebabs por todo o lado. Tenho saudades de um pouco de bacalhau (ou qualquer outro peixe!), de um pastel de nata, das pequenas coisas que parecem normais quando se está em casa, mas que uma vez no estrangeiro adquirem um significado completamente diferente. A propósito, haute cuisine française é uma treta: pagar 50€ por uma refeição que é mais prato que comida?! Não há nada como a comida da mamã.
As greves porque a realidade sindical aqui em França é simplesmente incroyable. Há sempre alguém em greve. Todos os dias. Bombeiros, operários, médicos, professores. E o melhor é quando uns param em solidariedade para com os outros. Mas o que a mim me deixa sempre irritado são as greves dos transportes. Se não são os autocarros, é o metro ou os comboios. E o pior é que parecem sempre acontecer naquele dia em que estás com mais pressa ou que planeias viajar.
6 - Se foste em estágio através de algum programa, tens alguma crítica a apontar à organização?
Acho que, localmente, cada parte faz o melhor que pode, mas no que ao intercâmbio entre instituições diz respeito julgo que ainda existe muito a fazer. Nomeadamente, senti que ainda existem bastantes lacunas no campo do diálogo entre a Instituição de partida e a de acolhimento. Infelizmente, parece-me que o processo se centra basicamente na troca de dossiers e burocracia, enquanto o acesso a informações e dados tão simples como o alojamento, modo de vida ou até programas curriculares na área da Instituição de acolhimento é completamente relegado para segundo plano. Porém, acredito que a existir incompetência essa é mais dos responsáveis da Universidade aqui em França, já que posso asseverar que o serviço deixa um pouco a desejar.
7 - Se tiveres possibilidade, gostarias de ficar definitivamente no estrangeiro a trabalhar?
Embora a minha experiência recente me diga que afinal não é assim tão fácil deixar o nosso pais para trás (como eu ao inicio pensava!), trabalhar no estrangeiro continua a ser uma meta para mim. Isto porque apesar de planos de tecnológicos e acordos com MIT um profissional da minha área continua a ter mais oportunidades e melhores condições de emprego no estrangeiro.
8 - O que te motivou a ir estagiar para o estrangeiro?
São 3 as razões: melhores condições de estágio, o desafio de conhecer novas culturas e a mudança radical de estilo de vida.

8 comentários:

Anónimo disse...

vai comer couscous impostor da merda

Anónimo disse...

o teu blog está a ficar mto mais interessante agora =))) só tenho pena que não tenhas mais comentários, porque realmente tens falado de coisas interessantes!
Também com essa vontade toda de escrever e blogar, publicas os post e comentas logo tudo o que há para comentar :p
mas gosto mais (só pa não dizeres que não o vejo e nunca comento!!!).
Viciado!
beijnho*

Unknown disse...

hummmm para chamar impostor da merda... eu logo te digo para a semana meu javali!!!

Unknown disse...

Obrigado Sra. Anónima!
Mais interessante? Espero bem que sim.

Eu também gostava que mais pessoas comentassem e visitassem o blog. Mas não é por isso que desanimo. Não só porque é uma excelente forma de comunicação, mas também porque me dá um imenso prazer escrever aqui.

Obrigado e beijinhos

Anónimo disse...

como sabes se sou uma senhora?!?!?!?! :p

Anónimo disse...

Fogo ate ja tem direito a pagina na Cabra, essa instituicao do jornalismo portugues. Agora os dois irmaos craveiro ja apareceram na cabra.
Quanto aos resumos de noticia/enrevista dos amigos cabrenses isso e um verdadeiro habitue... Ate parece que ja andam a treinar para escrever nos Publicos, DNs e Correios da Manha. Tem sempre este tique inexplicavel p alterarem ligeiramente o sentido a coisa. Sempre a bem de tornarem tudo mais atractivo!!!!!
A foto e mesmo a meu intelectualzinho de esquerda!!!
Et vive a la Chevre!!!

Unknown disse...

Já é a segunda vez que me fazem esta merda. É pá eu sei que eles não são profissionais! Mas se querem brincar aos jornalistas então que o façam como deve ser.
É que a brincar a brincar as pessoas do GRI ao lerem isto podem ficar "chateadas". E com razão.
E o mais incrível é a forma como ela é faccionista. De tanta coisa que eu disse e bem mais importantes e interessantes, ela escolheu precisamente aquela que causaria polémica.

Tipo só não sei se reparaste... mas quem está na foto é o nélio

Unknown disse...

Já é a segunda vez que me fazem esta merda. É pá eu sei que eles não são profissionais! Mas se querem brincar aos jornalistas então que o façam como deve ser.
É que a brincar a brincar as pessoas do GRI ao lerem isto podem ficar "chateadas". E com razão.
E o mais incrível é a forma como ela é faccionista. De tanta coisa que eu disse e bem mais importantes e interessantes, ela escolheu precisamente aquela que causaria polémica.

Tipo só não sei se reparaste... mas quem está na foto é o nélio