Pedro Manuel Torres foi mística quando esta não passava duma sombra do
passado; ídolo no Benfica do entra e sai de jogadores; lenda na época do
futebol-comércio. Pedro Manuel Torres é Mantorras.
Mantorras promessa. Mantorras coxo. Mantorras alegria do meu povo. Todo ele
teimosia, persistência, garra, sofrimento. Dono de um talento sem igual, nos seus pés a
bola era poesia. Mas tal como uma
estrela cadente, também o seu brilho foi fugaz. Ainda assim uma estrela, o
nosso Pedro que nunca desistiu de lutar contra o joelho fatídico que cedo o massacrou.
E Mantorras, mais que tudo, tinha um dom: o de galvanizar. Com ele em campo
a equipa transfigurava-se. O público rejubilava. Desde o arrepiante bruaáa que
antecedia a sua entrada em campo até à explosão de júbilo no momento em que o
menino-milagre deixava o guarda-redes para trás e “goloooooooooooo”.
Mantorras foi o meu Eusébio. E logo à noite, quando pela última vez pisar o relvado da Luz, é deixá-lo
jogar...
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